Presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) defende que projeto será “sustentável a longo prazo”; MP estima que custo total do trem-bala será de R$ 30 bi
São Paulo – De acordo com Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), implantação do trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro pode ser realizado com “praticamente zero recursos públicos”.
No entanto, em apresentação no Senado realizada ontem, Figueiredo
afirmou que do total de R$ 8.395 milhões que serão investidos no
projeto, R$ 1.758 milhão virá de fontes públicas. Além disso, dentre os
recursos privados nesta primeira fase, R$ 5.370 milhões serão
financiados pelo BNDES.
Na segunda etapa, com a construção de obras civis de engenharia, além
de vias permanentes e edificações, está previsto um investimento público
de R$ 27.050 milhões, de acordo com a EPL.
A terceira etapa consiste na
“construção da infraestrutura ferroviária, das demais instalações e
edificações do sistema” e ainda não tem estudos detalhados de custos.
Estima-se que o custo total do projeto seja de R$ 30 bilhões. Mesmo com
esses gastos, Figueiredo reiterou que o projeto é “sustentável a longo
prazo”.
Para a empresa, o custo de construção do sistema de trem de alta
velocidade é equivalente ao de ampliação de uma rodovia como a via Dutra
e de dois aeroportos.
Figueiredo ainda aponta que seriam necessárias
essas obras para atender ao fluxo de passageiros entre São Paulo e Rio
previsto até 2044.
O TAV seria, então, uma alternativa de transporte em massa “mais seguro
e mais limpo”, com uma emissão de 15 gramas de carbono por passageiro
por quilômetro, contra os 180 emitidos por um carro de passeio.
O trem-bala, porém, é uma obra polêmica. Seu edital de licitação já foi questionado pelo Ministério Público no início do ano.
Segundo o MP, os gastos do governo seriam muito maiores do que a
estimativa da EPL, que é uma empresa estatal.
De acordo com o
ministério, já que as obras em si seriam realizadas pelo Estado, o
governo teria de arcar com todos os custos não planejados e inesperados.