Dilma voltou a criticar a falta de investimentos em transporte público e mobilidade urbana nas décadas de 1980 e 1990
Dilma Rousseff durante cerimônia de
inauguração das estações Chico da Silva e José de Alencar da linha sul
do metrô de Fortaleza: Dilma embarcou na Estação Chico da Silva e
percorreu um trecho subterrâneo até a Estação José de Alencar.
Brasília – Ao inaugurar duas estações de metrô em Fortaleza (CE), a presidente Dilma Rousseff
defendeu hoje (18) que as médias e grandes cidades do Nordeste recebam
investimentos em mobilidade urbana como os que foram feitos na década de
1990 nos centros urbanos da região Sudeste.
“Essas cidades podem e devem ter um tratamento urgente no sentido
de assegurar que a gente tenha condições de fazer mais por elas. Mais
do que [na década de] 1990, em 1997 fizeram pelas cidades do Sudeste.
Temos que fazer também por essas grandes cidades do Nordeste”, disse a
presidente em discurso.
Dilma embarcou na Estação Chico da Silva e percorreu um trecho
subterrâneo até a Estação José de Alencar.
As duas fazem parte da Linha
Sul do metrô da capital cearense.
O valor total do projeto da Linha Sul é
R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão do Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC) e R$ 300 milhões do governo do Ceará.
Segundo a presidente, além do impacto direto no sistema de transporte
público, a ampliação do metrô melhora as condições de trabalho das
pessoas que utilizam o serviço. “As pessoas passam muito tempo dentro de
um ônibus, de um transporte.
Quando se faz um projeto como esse,
estamos dando qualidade de trabalho, porque a pessoa terá melhores
condições para enfrentar um dia de trabalho e ao voltar terá acesso ao
seu lazer e ao seu descanso mais cedo”, disse.
Dilma voltou a criticar a falta de investimentos em transporte público e
mobilidade urbana nas décadas de 1980 e 1990 e disse que não havia
aplicação de recursos no setor por falta de vontade política. “Naquele
momento umas das avaliações era que metrô era coisa de rico, que um país
pobre não devia fazer metrô, como se fosse possível que um país em
acelerada urbanização e concentrando cada vez mais a população
prescindisse de metrô”, avaliou.
“Antes de nós, poucos investimentos foram feitos em transporte
coletivo. Era convencionado que transporte coletivo era responsabilidade
de estados e municípios e que governo federal não tinha que pôr
dinheiro.
Mas transporte público é um problema dos brasileiros”,
acrescentou.
Segundo Dilma, o governo está investindo R$ 89 bilhões em
192 obras de mobilidade em 100 cidades de médio e grande porte, que
incluem metrôs, corredores de ônibus, BRTs e VLTs.
Durante a cerimônia, Dilma também assinou a ordem de serviço para dar
início às obras do primeiro trecho do Cinturão das Águas, para assegurar
o abastecimento de água da região do Cariri.
A presidente disse que
aumentar a oferta de água na região Nordeste também é uma questão de
vontade política e requer ampliação dos investimentos.
“Resolver a segurança hídrica também requer vontade política.
Queremos
que aqui se conviva com a seca, o que significa ser capaz de impedir que
os efeitos perversos dela atuem sobre a atividade produtiva e sobre a
vida de cada um dos nordestinos que vivem no semiárido”.
Ainda hoje em Fortaleza, Dilma participa da formatura de três mil
estudantes do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec).
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/dilma-defende-investimentos-em-mobilidade-urbana-no-nordeste