18 julho 2012

Trem chinês custa menos que o de São Paulo

Vagões importados pelo MetrôRio ficaram 36% mais baratos do que os comprados na Espanha para a Linha 5 da capital paulista

 

Os 19 trens chineses adquiridos pelo MetrôRio - que levaram a concessionária a realizar ajustes em estações e túneis - custaram 36% menos do que os 26 trens de mesmo tamanho (seis vagões) e conforto comprados recentemente na Espanha para a Linha 5 do Metrô de São Paulo.

Adquiridos por R$ 320 milhões, os três primeiros trens chineses começarão a operar neste semestre. Já os que circularão na capital paulista, também dotados de ar-condicionado e câmeras internas de segurança, foram comprados há um ano da CAF, com sede na Espanha. Cada composição custou R$ 23 milhões.

A página da Changchun Railway Vehicles Equipment (China CNR) na internet diz que a empresa já fabricou locomotivas e vagões para vários países em desenvolvimento, como Angola, Casaquistão, Congo, Cuba, Irã, Malásia, Paquistão e Turquia. 

O único país desenvolvido citado é a Austrália, com 1.412 vagões. "Isso não quer dizer que os trens são de terceiro mundo. Essa mesma empresa já forneceu composições para o metrô de Hong Kong, que é um dos melhores do mundo. 

Na verdade, apenas a carroceria e o conjunto de eixo-roda são da China. Todo o resto é importado e montado lá.

 O ar-condicionado é de uma fábrica da Austrália; os freios, da Alemanha; a tração, japonesa, etc.", diz Joubert Flores, diretor de Engenharia do MetrôRio.

Flores explicou que a concessionária consultou seis fabricantes pelo mundo antes de selecionar a China CNR. "Algumas declinaram pela complexidade do projeto. Outras ofereceram preços que não eram atraentes."

As composições atuais, fabricadas em São Paulo com tecnologia americana, têm tração em todos os eixos, o que permite maior aderência aos trilhos e por isso chacoalham menos. 

Os trens chineses são do tipo reboque (com alguns vagões motorizados).

 Embora consuma 30% menos energia, esse modelo mais leve tem maior movimento lateral em altas velocidades.

Especialistas dizem que as obras de redução das plataformas de algumas estações seriam para evitar colisões laterais. Flores, entretanto, diz que as intervenções são para padronizar o tamanho do vão entre os trens e as plataformas. "Se o trem balançasse tanto assim, balançaria em cima. 

Não seria na parte inferior, onde o trem é fixado. 

Na verdade, as obras estão sendo feitas para que o vão de todas as estações fique em 9 cm. Hoje temos estações com vão de 4 cm."


O 'Estado' percorreu nesta terça-feira, 17, todas as 26 estações da Linha 2 do Rio e identificou a existência de recentes reparos nas plataformas de oito delas.

 Em algumas, como a Estação Maracanã, toda a extensão da plataforma mostra sinais de recuo no concreto. 

Em outras, como as Estações Inhaúma e Maria da Graça, as adequações aparecem em trechos das plataformas, mostrando um desvio aparente de 1 a 2 cm entre as partes que já foram serradas e as que permanecem no tamanho original. 

Já na Estação Siqueira Campos, em Copacabana, que fica na Linha 1, as adaptações não foram feitas junto à plataforma, mas próximo às pilastras internas que separam os dois trechos de trilhos.

Arquivo INFOTRANSP