Trens chineses não têm divisórias, o que facilitará a circulação de homens nos carros exclusivos para mulheres. A concessionária afirma que não pode retirá-los à força
No novo trem chinês do metrô, os vagões são interligados | Foto: João Laet / Agência O Dia
Na SuperVia, a viagem é fiscalizada
Com novos trens em circulação desde março, a SuperVia garante que o número de queixas sobre invasão em vagões femininos diminuiu. Assim como o modelo antigo, a composição chinesa adquirida pela empresa tem passagem livre entre os carros.
Nos novos trens, agentes da concessionária circulam entre os vagões para fiscalização de normas, como a lei do vagão exclusivo para mulheres.
Os seguranças também atuam nas plataformas. Usuários contam que os funcionários não viajam nas composições antigas
Rio - Uma lei que evita abusos contra mulheres pode enfrentar dificuldades para embarcar nos novos trens do metrô, que começam a circular no próximo mês.
Como as composições chinesas não tem divisórias internas entre os vagões, a norma que determina carros exclusivamente femininos em horários de maior movimento vai depender ainda mais do bom senso dos homens.
Como as composições chinesas não tem divisórias internas entre os vagões, a norma que determina carros exclusivamente femininos em horários de maior movimento vai depender ainda mais do bom senso dos homens.
“Conquistamos o direito de viajar sem sermos incomodadas. Espero que o problema não volte, e que a gente continue viajando sem sermos constrangidas”, desabafa a estudante de Administração Sara Ferreira.
A lei determina vagões só para elas das 6h às 9h e das 17h às 20h. A determinação, que vale para o sistema ferroviário, é aplicada nos dias úteis.
A concessionária Metrô Rio ressalta que a legislação não lhe dá poderes para retirar um homem do carro feminino e que contará com a colaboração dos usuários.
“Se do jeito que está os homens já entram, imagine sem as portas?”, questiona Luana Souza, 30 anos, funcionária do Rio Poupa Tempo. “Eles vão desrespeitar a lei se o segurança não ficar no vagão”, completa a analista de sinistro Raquel Borret, 27.
“Se do jeito que está os homens já entram, imagine sem as portas?”, questiona Luana Souza, 30 anos, funcionária do Rio Poupa Tempo. “Eles vão desrespeitar a lei se o segurança não ficar no vagão”, completa a analista de sinistro Raquel Borret, 27.
A Metrô Rio informa que não haverá seguranças dentro dos carros. Eles vão orientar passageiros nas plataformas, solicitando a saída dos homens dos vagões delas.
A Metrô Rio informa que não haverá seguranças dentro dos carros. Eles vão orientar passageiros nas plataformas, solicitando a saída dos homens dos vagões delas.
Em nota, a empresa explica que nos novos trens, o carro destinado às mulheres terá sinalização indicativa nos lados interno e externo.
Em nota, a empresa explica que nos novos trens, o carro destinado às mulheres terá sinalização indicativa nos lados interno e externo.