Previsão é do vice-governador de SP, que anunciou novo modelo de concessão
Linha atenderá bairros como Higienópolis, Bela Vista e Perdizes e instituições como PUC, Faap, FMU e Mackenzie
As obras de construção da linha 6-laranja do metrô, que vai cortar bairros como Perdizes, Pompeia, Higienópolis, Pacaembu e Bela Vista, começarão em junho de 2013.
A previsão é do vice-governador Guilherme Afif Domingos, que anunciou ontem o modelo, inédito, de parceria público-privada, que permitirá ao Estado negociar ações do investimento de R$ 4 bilhões que fará no projeto. Outros R$ 4 bilhões serão investidos pela iniciativa privada.
Mais de 400 imóveis serão desapropriados para construir as 15 estações, que deverão receber 650 mil pessoas ao dia em 2017, ano previsto para operação. O percurso de 13,5 km começa na Brasilândia (zona norte) e vai até a Liberdade, na região central.
Por cruzar áreas com instituições de ensino como PUC, Faap, Mackenzie e FMU, o ramal ficou conhecido como "linha das universidades". Ela ficou famosa em 2011, após polêmica envolvendo protesto de parte dos moradores de Higienópolis contra estação no coração do bairro.
"O modelo é um paradigma. Será uma parceria público-privada de cabo a rabo", disse Afif, que preside o Conselho Estadual de Gestão das PPPs. Pelo plano aprovado ontem, o consórcio que ganhar a licitação internacional, prevista para janeiro de 2013, vai tocar desde o projeto executivo até a operação.
O modelo tem aval do Banco Mundial e foi baseado em propostas das empresas Odebrecht Transport, Queiroz Galvão e Consórcio Galvão-Somague Engenharia.
Ele é diferente do adotado na linha 4-amarela, a primeira concedida do metrô paulista, em que o governo construiu tudo e repassou a operação para a iniciativa privada.
O investidor privado terá que aplicar 20% do total previsto e obter mais 30% por meio de financiamentos próprios. O Estado arca com os 50% restantes. "Mas uma das novidades é que esse total vai gerar debêntures, que depois poderão virar ações", diz Afif.
No linguajar mercantil, quem compra uma debênture, título de dívida com prazo de validade, vira credor de quem emitiu aquele papel -no caso, o governo de SP.
Haverá também desoneração de tributos sobre os investimentos no metrô, diz Afif, aproveitando mudança na lei anunciada pela presidente Dilma Rousseff há um mês.
O governo espera diminuir custos, acelerar a obra e investir menos recursos no projeto. O mesmo formato pode ser usado nas linhas 20-rosa (Lapa-Moema) e 18-bronze (monotrilho São Paulo-ABC).