O prefeito de Pedreira, Hamilton Bernardes Jr. (PSB), reeleito ontem presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Campinas (RMC), anunciou que será contratado um amplo estudo de viabilidade técnica e econômica para que a ferrovia seja o modal de transporte entre as cidades da região. Há uma série de projetos e estudos envolvendo a reativação de trens regionais e Bernardes Jr. quer ter um estudo consistente que aponte prioridades para que os prefeitos possam centrar energia para implantá-los.
Além do TAV, há pelo menos sete estudos e projetos na região envolvendo o transporte ferroviário que perambulam por várias instâncias de governo, mas que permanecem nas gavetas.
O único promissor, porque tem verba garantida por emenda parlamentar no Plano Plurianual 2012-2015 do governo federal, é a ligação ferroviária entre Amparo, Pedreira, Jaguariúna e Campinas para o transporte de cargas e passageiros. Os prefeitos acreditam que será possível iniciar as obras ainda este ano e colocá-la para funcionar em 2015. São R$ 155 milhões para a elaboração do projeto e execução da obra.
Para o presidente da RMC, é necessário esforço conjunto para que os projetos saiam das gavetas. “Se começarmos a trabalhar agora, levaremos pelo menos cinco anos para ter algum resultado”, afirmou, lembrando que esse é o tempo que demandou, por exemplo, a luta para a duplicação da SP-95 (Rodovia João Beira), a estrada do Circuito das Águas. “Há cinco anos brigamos por isso e somente agora está saindo a licitação da obra”, disse.
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou, em novembro, um investimento de R$ 116 milhões para a duplicação da SP-95. A obra vai reduzir os congestionamentos constantes.
Ministério
No Ministério dos Transportes, existem dois trechos ferroviários entre as prioridades do governo, mas apenas um deles chegou a ter um estudo e levantamento de custos de implantação — a ligação Campinas a Poços de Caldas.
O outro trecho, de Campinas a Araraquara, espera que haja interesse das cidades no seu percurso para ser discutido. O trem regional Campinas-Poços de Caldas tem estimativa de custo de US$ 70 milhões e, segundo um estudo de 2003 feito pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), será um investimento altamente rentável, com uma taxa de retorno, na época, calculada em 30% ao ano (hoje, os custos de capital nos projetos do governo, como a concessão de aeroportos, são de 6%).
O Circuito das Águas quer um trem turístico ligando Amparo, Monte Alegre do Sul, Serra Negra, Lindoia, Águas de Lindoia e Socorro. O Consórcio do Circuito das Águas Paulista está encabeçando a demanda.
O consórcio é formado por oito cidades, seis delas reconhecidas como estâncias hidrominerais. São essas que planejam utilizar o trem para aumentar o potencial turístico, aproveitando que o circuito será um dos roteiros ofertados aos turistas durante a Copa do Mundo de Futebol em 2014 e por ter uma de suas cidades, Águas de Lindoia, selecionada como cidade-base para receber uma das equipes que disputarão a Copa.
Os prefeitos das estâncias hidrominerais estão dispostos a participar com recursos necessários ao empreendimento — o custo será estipulado no estudo que será contratado com verba de emenda parlamentar do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Barros Munhoz (PSDB), que destinou R$ 300 mil à pesquisa de viabilidade do trem.
Eles acreditam que poderão utilizar os recursos que o governo do Estado repassa anualmente às estâncias em um projeto único para as seis cidades.
No governo do Estado, dois projetos têm movimentado a região para que cheguem até Campinas. Um deles é o trem regional, planejado para ligar São Paulo a Jundiaí, e outro é o trecho da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que também chega a Jundiaí. O Sindicato dos Ferroviários da Paulista está em campanha pela extensão da CPTM até Campinas.
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