O
Trem-Bus foi o primeiro protótipo de VLT elaborado no Ceará pelo
engenheiro Telmo Bessa. O veículo que consiste num ônibus adaptado para
andar sobre trilhos foi doado pela empresa São Benedito.
O primeiro protótipo foi testado em maio de 1996, que depois de dois
meses de estudos e adaptações ganhou dois eixos com rodas ferroviárias e
percorreu 2.400 quilômetros, na linha norte do Estado, indo de
Fortaleza até Castelo, no Piauí. Nesses primeiros percursos apareceram
problemas na suspensão e os dois eixos foram substituídos por quatro.
Em 2001, o protótipo fez a segunda viagem, de Fortaleza a Acarape.
Nessa
fase, o trabalho contou com o apoio da Fundação Cearense de Apoio à
Pesquisa (Funcap), mas continuou sendo bancado praticamente pelo
idealizador Telmo Bessa e seu parceiro, o projetista mecânico Arnaud
Leite Moreira.
Ainda
no ano de 2001, o Trem-Bus realizou outra viagem, desta vez da Estação
João Felipe, no Centro de Fortaleza até o Mucuripe, passando pelas
estações Otávio Bonfim, Couto Fernandes, Parangaba e Papicu. Com
passageiros convidados, o veículo chegou a atingir a velocidade de 60
quilômetros por hora.
O engenheiro Telmo Bessa acreditava que o Trem-Bus representaria uma
grande economia para o setor, pois segundo ele, na primeira viagem, foi
gasto um litro de diesel a cada sete quilômetros, enquanto que um ônibus
convencional, um litro é gasto a cada três quilômetros. Conseguindo
apoio, o idealizador pretendia desenvolver uma composição com dois ou
até três carros.
Em 2004, o Trem-Bus andou pela última vez e foi encostado na oficina de
locomotivas do Metrofor. A paralisação do veículo, segundo o engenheiro,
foi por falta de dinheiro, que na época pensou na possibilidade em
conseguir da Prefeitura de Fortaleza dois ônibus da CTC para adaptá-los
aos trilhos, dessa vez de forma conjugada.
Telmo Bessa pretendia com seu protótipo, conseguir uma parceria com uma
empresa do porte da Mercedes-Benz e escolas superiores de Engenharia
Mecânica, para montar uma frota de Trem-Bus para servir às regiões
carentes de transporte no interior do Estado, onde o transporte
ferroviário de passageiros foi extinto há mais de 20 anos.