Está prevista para este começo de ano a entrega do trecho inicial do
primeiro monotrilho da cidade de São Paulo, que vai ligar a Vila Prudente ao
Hospital de Cidade Tiradentes, na Zona Leste.
O primeiro trecho desse monotrilho, que será o de maior capacidade do
mundo, transportando até 48 mil passageiros por hora e por sentido, terá duas
estações, Vila Prudente e Oratório, além do Pátio Oratório. A previsão de
demanda para o primeiro trecho é de 13,3 mil passageiros por dia.
Ao todo serão 18 estações, com 26,6 quilômetros de vias elevadas. A previsão é de que 500 mil passageiros serão atendidos por dia, em média, a partir de 2016, com a conclusão da obra.
O valor total de investimento é de R$
6,4 bilhões.
As vigas e as estações da nova linha de monotrilho, a Linha 15, ficam suspensas a 15 metros de altura, o equivalente a um prédio de cinco andares.
Cada estação tem 5,4 mil metros quadrados de área construída, cinco elevadores,
sete escadas rolantes e estão organizadas em dois pavimentos.
No inferior, ou
mezanino, ficam a bilheteria, as catracas, os sanitários e as salas de
supervisão operacional.
No pavimento superior, as plataformas de embarque. Ao
todo, 58 trens vão operar no trecho.
Mas a nova linha corre o risco de não melhorar o trânsito da região. Segundo Flamínio Fichmann, consultor de transportes, o sistema de monotrilho custa por quilômetro um pouco mais do que a metade do Metrô, mas transporta menos de um terço do volume de passageiros do sistema subterrâneo.
“O sistema de
monotrilho acaba custando mais por passageiro transportado e não terá nenhum
efeito no trânsito”, afirma Fichmann.
“Isso porque a velocidade com que a frota
de automóveis cresce é mais rápida do que a capacidade do monotrilho em atrair
usuários de carros.”
Sérgio Ezjemberg, também consultor de trânsito, foi mais longe e disse que
não dá para entender como uma obra de baixa capacidade de transporte público
custará tanto.
“Se o governo tivesse optado pelo Metrô convencional, as obras
não teriam causado tantos problemas no trânsito e o sistema ainda poderia
transportar três vezes mais pessoas”, argumenta.
O Metrô, por sua vez, afirma
que o sistema adotado atende à demanda da região.
Estação Adolfo Pinheiro será inaugurada já neste mês
Além da nova linha de monotrilho, o Metrô terá outras inaugurações neste
ano. Neste mês, será entregue a Estação Adolfo Pinheiro da Linha 5-Lilás, que
está sendo expandida do Largo Treze, em Santo Amaro, até a Chácara Klabin, com
11,5 quilômetros e 11 novas estações (Adolfo Pinheiro, Alto da Boa Vista, Borba
Gato, Brooklin, Campo Belo, Eucaliptos, Moema, AACD-Servidor, Hospital São
Paulo, Santa Cruz e Chácara Klabin).
O investimento será de R$ 7,5 bilhões. Todas as estações terão escadas
rolantes, elevadores, rampas e piso tátil. Também em 2014, as estações Fradique
Coutinho, Oscar Freire e Higienópolis-Mackenzie da Linha 4-Amarela serão
concluídas.
A Estação Vila Sônia e o prolongamento da linha até Taboão da Serra têm previsão de entrega para o final de 2016.
A Linha 4 fará integração com a futura
Linha 17, na Estação São Paulo-Morumbi. Essa linha também terá inauguração no
final de 2014, do primeiro trecho entre a Estação Morumbi da CPTM e
Congonhas.
análise: Lucila Lacreta, urbanista do Movimento Defenda
São Paulo
Temos de rever o gerenciamento
Estamos notando um esforço do governo de São Paulo para ampliar o número de
linhas do Metrô. Mas ainda não se chega perto da eficiência internacional de
países emergentes como China e México, por exemplo.
Todo o gerenciamento do
nosso Metrô precisa ser revisto. Nosso custo é dos mais altos do mundo.
As
estações são muito sofisticadas. Geram um custo de desapropriação enorme.
Tínhamos de ser mais sóbrios.
Todo o gerenciamento tem de ser revisto. É
preciso abrir consórcios internacionais.
Tudo aqui é muito caro.
Nosso custo
por quilômetro é exorbitante.
Algumas estações são projetadas para abrigar futuros shoppings centers.
Algumas estações são projetadas para abrigar futuros shoppings centers.
Fazem um banco de terras para futuras obras.
Isso gera uma tremenda especulação imobiliária e aumenta enormemente os custos.
Esse tipo de atuação me parece um contrassenso que atrasa em muito o
desenvolvimento das linhas do Metrô paulistano.
MAIS
Linha 8 da CPTM vai até Amador Bueno
Com extensão atual de 35,2 km entre Júlio Prestes-Itapevi, a Linha 8 da
CPTM atende a população de seis municípios: São Paulo, Osasco, Carapicuíba,
Barueri, Jandira e Itapevi.
Um trecho de 6,3 km além de Itapevi está sendo
remodelado, em fase final de obras, para atendimento à população do extremo
oeste da Grande São Paulo, a região de Amador Bueno.
430.564 passageiros viajam por dia nessa linha
Duas estações estão previstas
As obras visam padronizar a bitola (largura das vias para a passagem dos
trens), a via permanente e a rede aérea, além da implantação de nova sinalização
e construção de duas estações: Amador Bueno e Santa Rita.
Moradores terão acesso a todo sistema
Com a entrega da extensão da Linha 8, os moradores da região de Amador
Bueno terão redução de tempo e de custos e acesso às linhas da CPTM e do
Metrô.