As empresas reclamam da escassez de profissionais capacitados para funções específicas, falta de visão global dos candidatos e deficiência na formação básica
Trabalhadores da construção civil: 91%
das companhias pesquisadas têm dificuldade na contratação de
profissionais, especialmente gerente de projetos e trabalhador manual
A criação de cargos cada vez mais específicos, o uso de
equipamentos ultramodernos e a globalização dos negócios intensificaram o
problema de mão de obra nas empresas.
Uma pesquisa
da Fundação Dom Cabral mostra que 91% das companhias pesquisadas têm
dificuldade na contratação de profissionais, especialmente para vagas de
compradores, técnicos, administradores, gerente de projetos e
trabalhador manual.
A maioria delas reclamou da escassez de profissionais capacitados para
funções específicas, falta de visão global dos candidatos e deficiência
na formação básica, além da falta de fluência em inglês. Mas, sem saída,
elas têm se desdobrado em estratégias para preencher as vagas.
Além de
caprichar no pacote de benefícios, montar ambiciosos planos de carreira e
criar cursos específicos de treinamento, as empresas foram obrigadas a
abrir mão de exigências, como experiência, pós-graduação e fluência em
inglês.
Segundo a pesquisa, no nível técnico, quase 60% das companhias
reduziram as exigências para contratação. No nível superior, a
porcentagem é de 45,51%.
Em 2010, quando a Dom Cabral fez a primeira
pesquisa de carência de mão de obra, os porcentuais eram de 54% e 28%,
respectivamente.
"A questão da mão de obra virou um grande gargalo no Brasil,
sem previsão de melhora no curto e médio prazos", diz o professor Paulo
Resende, responsável pela pesquisa com 167 grandes grupos que empregam
mais de 1 milhão de pessoas e cujo faturamento responde por 23% do
Produto Interno Bruto (PIB). Hoje, diz o professor, a contratação de um
profissional leva de três a cinco meses, nos níveis técnico e superior,
respectivamente.