10 janeiro 2014

Carros vão interagir entre si e serão mais ágeis para fugir de transtornos e evitar acidentes





Comunicação veículo-veículo por meio da internet é uma tendência que deverá se popularizar em 20 anos


Os veículos conectados à internet vão desempenhar um papel vital na melhoria de dispositivos de segurança e conveniência. 
De acordo com o Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), assim como a tecnologia apoia a comunicação entre pessoas, também haverá uma mudança na forma como os carros interagem, naquela que é conhecida por comunicação veículo-veículo. Por meio dela, os automóveis serão capazes de viajar em maior proximidade e em velocidades mais altas, a ainda se redirecionar automaticamente para evitar condições climáticas perigosas ou estradas congestionadas. O erro humano será quase removido do volante, tornando a experiência de dirigir mais segura e agradável.

Por outro lado, à medida que os veículos forem adotando a comunicação sem fio, carros conectados se tornarão mais vulneráveis a ataques de hackers. 

"Eles poderão ser capazes de afetar recursos de áudio, desativar a ignição do veículo, substituir os sistemas de travagem e infectar o software com vírus", explica Kevin Curran, professor de Informática e Engenharia da Universidade de Ulster, no Reino Unido, e membro do IEEE. 

Os fabricantes terão que configurar firewalls para restringir o acesso de sistemas integrados. “Há uma forte interconexão entre as redes de veículos, e portanto, a violação de uma rede pode causar estragos em outra”, explica.

Para os especialistas do instituto, é incrível pensar que há poucos anos os smartphones não existiam e que hoje estão incorporados à vida das pessoas. 

Uma familiaridade que levará a confiar cada vez mais na tecnologia automatizada. 

“Dentro dos próximos cinco anos teremos em algumas cidades pistas nas ruas e estradas específicas para veículos autônomos. No futuro, dirigir será uma excentricidade. 

As pessoas vão querer pagar para isso, como hoje fazem com os karts", projeta Curran.


Professor do Departamento de Engenharia da Computação da Universidade do Alasca e ph.D em engenharia da informática e ciência da computação, o editor-chefe da IEEE Intelligent Transportation Systems Magazine acredita que os carros autônomos vão reduzir bastante os acidentes, que geralmente são causados por erro dos motoristas. 

Atualmente, lembra ele, mais de 80% dos acidentes ocorrem por esse motivo. Embora também possam acontecer, o número de falhas de computadores é 80% inferior ao de falhas humanas. “Enquanto uma pessoa demora 1,7 segundo para reagir e frear, o computador é capaz de reagir dentro de milissegundos (se não nanossegundos). Os computadores não funcionarão com base em emoções, outra das principais causas de acidentes”, prevê.

Pesquisador na área de sistemas inteligentes de transporte já há 10 anos, com trabalho relacionado à comunicação entre veículo e infraestrutura (V2I) e entre veículo-veículo (V2V) , bem como arquitetura híbrida veículo a veículo a infraestrutura (V2V2I), Miller lembra que os carros atualmente apresentados como autônomos são na verdade automatizados, já que todos os comandos são feitos nele. Já os autônomos terão dados de outros veículos e dados locais e se basearão neles para “tomar decisões”.

“Já temos tecnologia que não só avisa uma unidade sobre a saída da pista como corrige o veículo e o mantém dentro da pista. Essa tecnologia está disponível em veículos como Mercedes e Lexus. Conforme passa o tempo, mais e mais carros serão equipados com esse tipo de tecnologia. Mudanças graduais vão fornecer drivers com mais confiança e maior aceitação do usuário”, entende Miller.

Para o pesquisador, o tempo para que esses carros se tornem uma realidade para as pessoas depende de como se dará a padronização. “Ela é fundamental e os governos dos países terão que exigir que os fabricantes incluam tecnologias V2X nos veículos. Isso definitivamente vai ajudar o processo de obtenção de veículos autônomos na estrada. Dentro de cerca de 10 anos veremos um veículo automatizado chegar ao mercado a preços acessíveis para muitos. E dentro de 20 anos, a maioria dos veículos vendidos serão automatizados e autônomos”, prevê.


CONHECIMENTO TECNOLÓGICO
 
O Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos ou IEEE (sigla para Institute of Eletrical and Eletronic Engineers) é uma organização profissional sem fins lucrativos fundada em 1884 nos Estados Unidos. 

Trata-se da maior (em número de sócios) sociedade profissional e técnica do mundo, além de ser o maior produtor e editor de publicações em eletrotecnologia. 

O IEEE tem filiais em quase todos os países. Seus 400 mil sócios são engenheiros eletricistas, engenheiros da computação, cientistas da computação, profissionais de telecomunicações, etc. 

A meta básica é promover conhecimento no campo da engenharia elétrica, eletrônica e computação e um de seus papéis mais importantes é o estabelecimento de padrões para formatos de computadores e dispositivos.

REALIDADE
Há alguns anos, um comboio da equipe do Laboratório de Visão Artificial e Sistemas Inteligentes (Vislab) percorreu 15 mil quilômetros da Itália até a China. 

A viagem durou 100 dias e teve um resultado promissor. Segundo Alberto Broggi, membro sênior do IEEE e professor da Universidade de Parma, na Itália, chegou-se à conclusão de que a tecnologia de câmeras, radares e lasers existente hoje é suficiente para viabilizar a ideia, em diversas circunstâncias.



PARA SABER MAIS SOBRE TRANSPORTE INTELIGENTE E INFRAESTRUTURA, ACESSE:
Sociedade de Tecnologia Veicular
www.vtsociety.org

77ª Conferência de Tecnologia Veicular
www.ieeevtc.org/vtc2013fall

Sociedade de Sistemas de Transporte Inteligente
www.ieee.org/itss

Conferência sobre Sistemas de Transporte Inteligente
www.ieee-itsc13.org

Conferência Internacional sobre Veículos Conectados e Expo
www.iccve.org

Arquivo INFOTRANSP