14 abril 2012

Taxa de mobilidade custaria 30 a 90 euros a cada lisboeta

São precisos mais 80 milhões de euros para os transportes públicos

A criação de uma taxa de mobilidade custaria 30 a 90 euros anuais a cada habitante da região de Lisboa, estimou esta quinta-feira o presidente da Autoridade Metropolitana de Transportes de Lisboa (AMTL). Só assim seria possível reunir os 80 milhões que são ainda necessários para os transportes públicos.

Falando na conferência Transportes e Consumidores, organizada pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO), Germano Martins referiu, citado pela Lusa, que, partindo de indicadores de 2010 - as receitas obtidas pelas empresas e os custos operacionais -, seriam necessários mais 80 milhões de euros para o sistema de transportes em Lisboa funcionar bem.

Os habitantes da área metropolitana teriam, assim, de desembolsar uma taxa entre 30 a 90 euros anualmente, indicou o responsável, recordando que a figura de taxa de mobilidade está já criada legalmente e que pode ser aplicada pelos municípios.

Sobre outras hipóteses de financiamento, Germano Martins indicou ter sido manifestada abertura por parte da vereação da Mobilidade da Câmara de Lisboa e pelos municípios da Moita e de Mafra para usar parte das receitas do estacionamento.

O atual financiamento passa pelas receitas obtidas com a venda de títulos e com indemnizações compensatórias pagas pelo Estado às empresas.

Acerca da hipótese já levantada, inclusive pelo Governo, de canalizar uma parte do Imposto Municipal Sobre Imóveis (IMI) para apoiar o setor, o presidente da AMTL disse que se perdeu uma oportunidade ao não prever essa medida, mas admitiu ter dúvidas de que as câmaras, em altura de crise, abdiquem de receitas.

O vereador da mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, reafirmou a sua defesa de pagamento de portagens em redor da capital, incluindo o IC19 (itinerário complementar que liga a capital a Sintra).

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