26 abril 2012

No Recife, pedradas quebram vidros de metrô e atingem passageiros


De acordo com Metrorec, ataques são feitos, em sua maioria, por crianças.


Vagões quebrados também provocam superlotação e atrasos no transporte

Funcionários e passageiros do Metrô do Recife têm sido vítimas de vandalismo. Como mostrou o NETV 2° Edição, em alguns trechos do percurso, os vagões são atingidos por pedradas, que quebram os vidros e ferem quem está dentro dos trens. 

De acordo com a direção do Metrorec, os ataques são feitos, em sua maioria, por crianças.

As marcas das pedradas são visíveis nos vagões. Na oficina da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), em Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, quase todo dia um desses vagões vai para conserto.

O metrô é o meio de transporte de 280 mil pernambucanos, que estão sendo prejudicados com a onda de vandalismo que se agravou nos últimos anos. Em 2010, foram trocados vidros de 133 janelas e portas. Ano passado, aumentou para 206. Nos três primeiros meses deste ano, foram quebrados 87.

O trem não pode rodar com vidros quebrados. Dependendo de onde ocorra o acidente, o veículo pode ficar sem circular por até quatro horas. No horário de pico isso significa de quatro a cinco viagens a menos. Desta forma, 10 mil pessoas deixam de ser transportadas, provocando superlotação e atrasos nos outros trens.

Ao todo, são 60 km de trilhos. De acordo com o levantamento da CBTU, os trechos mais perigosos são entre as estações Recife- Joana Bezerra, Joana Bezerra- Afogados e Alto do Céu- Curado. “Nossos maquinistas visualizam quando jogam as pedras e a maioria é criança. Eu faço um apelo aos pais que não deixem as crianças fazerem isso com os nossos trens, danificando as nossas composições”, disse o gerente operacional do Metrorec, Roberto Maranhão. 

O gerente informou que a vigilância nos pontos onde as pedras são jogadas nos trens foi reforçada.

Perigo

As pedras jogadas contra os trens podem machucar também os passageiros e funcionários. Isabella Francisco trabalha como vigilante dentro do vagão e ficou com uma cicatriz no cotovelo. “Eu estava de lado, na janela, quando fui atingida. Foi uma pancada grande. O barulho foi como se fosse de tiro. O trem parou e fui socorrida”, lembrou.

No conferente João Vieira, a sequela foi mais grave. O vidro cortou a mão e prejudicou, para sempre, o movimento do dedo. “Levei a pancada, olhei para mão e vi que foi uma pedrada. Só peço um pouquinho de sensibilidade, de coração mais humano, porque isso não leva a nada”, falou.

vídeo -> http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2012/04/no-recife-pedradas-quebram-vidros-de-metro-e-atingem-passageiros.html

 

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