A Pesquisa de Mobilidade 2012 foi divulgada na manhã desta segunda-feira
(10/03), pelo secretário de Estado dos Transportes Metropolitanos, Jurandir
Fernandes.
E o que mais chamou a atenção do governo do Estado na divulgação dos
resultados foi uma "distribuição de renda" no uso transporte coletivo.
Enquanto
houve uma diminuição de 2% nas viagens por modo coletivo entre as pessoas que
ganham até R$ 1.244 e entre R$ 1.244 e R$ 2.488 por mês, a pesquisa mostrou
crescimento de 6% nas viagens por transporte público feitas por quem ganha mais
de R$ 9.330 por mês - e 1% de aumento entre quem ganha entre R$ 4.976 e
9.330.
Houve aumento de 44% no uso de metrô no centro expandido da capital (onde a
renda média é maior) contra crescimento no uso do transporte no norte, noroeste
e oeste da Região Metropolita (que cresceu, em média, 22%).
"Esse aumento nas classes mais altas, no entanto, não foi suficiente para
fazer o porcentual do transporte coletivo crescer mais, porque as classes menos
favorecidas usaram mais o transporte individual", disse o secretário de Estado
dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. "É um indicativo importante
para nós porque mostra que, se o transporte for acessível e melhorar, as pessoas
migram para o transporte coletivo", ressaltou o secretário.
Transporte individual ainda leva a melhor
A participação do transporte individual no total de viagens diárias feitas na região metropolitana de São Paulo voltou a crescer nos últimos cinco anos, apesar do investimento previsto de R$ 20 bilhões nos transportes coletivos, segundo dados da Pesquisa de Mobilidade do Metrô de 2012/2013.
Ao todo, 54% das viagens motorizadas da região são feitas de transporte
coletivo. Em 2007, eram 55%. Os dados foram coletados antes da instalação das
faixas exclusivas de ônibus pela Prefeitura de São Paulo. O aumento da frota de
carros no período, de 18% (chegando a 4,2 milhões de veículos circulando
diariamente), é apontado como um dos motivos para o aumento das viagens
individuais.
O total de viagens cresceu 15%, chegando a 43,7 milhões de viagens por dia
nas 32 cidades da região.
Os principais motivos para isso são aumento de emprego
e de renda da população. O aumento demográfico entre 2007 e 2012 foi de apenas
2%.
O modal que mais cresceu foi o trem. Em cinco anos, a CPTM aumentou em 62%,
chegando a 3,2 milhões de viagem por dia. A maior parte dos usuários de
transporte público, entretanto, ainda anda de ônibus.
Mesmo sem aumentar a frota de ônibus no período, o total de passageiros da
SPTrans cresceu 8%, chegando a 7,7 milhões de viagens por dia. Chama a atenção
o aumento da viagens de táxi: 55%, mesmo com o alto custo do serviço. O único
modal que teve queda de passageiros foram os fretados, com redução de 22%. Eles
foram banidos do centro, em nome do melhor fluxo de carros, durante a gestão de
Gilberto Kassab (PSD).
Pesquisa
A Pesquisa de Mobilidade da Região Metropolitana é feita pelo Metrô e é uma aferição de uma pesquisa maior, a Origem/Destino (OD), feita a cada dez anos pelo governo do Estado para ordenar o planejamento do sistema de transportes.
É o maior raio X sobre como a cidade é utilizada
pelos cidadãos. Na pesquisa, o entrevistado responde questões sobre sua educação
e renda, o local onde mora, onde trabalha, de que forma faz suas viagens e o
tempo que gasta.
A pesquisa fez entrevistas em 9 mil domicílios da Grande São Paulo, enquanto
a última OD ouviu moradores de 30 mil domicílios.
Os dados servem para confirmar
se a OD ainda é válida.