Evento promovido pelo LIDE teve o objetivo de propor ações e modelos
alternativos que promovam mobilidade urbana e trouxe debates
fundamentais ao tema
Com os temas “Humanidade e Comportamento”, “Cidades e Legislação”,
“Tecnologia e Funcionalidade” e “Transporte e Soluções”, o Fórum
Nacional de Mobilidade Urbana, promovido pelo LIDE - Grupo de Líderes
Empresariais reuniu hoje 244 participantes, no Centro cultural Minas
Clube, em Belo Horizonte. Com a presença do prefeito de Belo Horizonte,
Marcio Lacerda, na abertura do evento, o fórum debateu os problemas e
propôs soluções para o desenvolvimento planejado e aumento da
competitividade das cidades brasileiras e a qualidade de vida dos
cidadãos com a Carta de Minas e o Legado do Fórum de Mobilidade Urbana.
Para Roberto Giannetti da Fonseca, presidente do LIDE Infraestrutura,
aconteceu um crescimento desordenado que afetou tanto a produtividade
das pessoas como na qualidade de vida delas. “A demanda do fórum é
absolutamente legítima e necessária. As pessoas ficam cerca de 20 dias
por ano em um transporte para se deslocar diariamente de sua casa ao
trabalho e vice-versa. Isso impacta em um tempo menor tanto na sua
produtividade quanto numa oportunidade de lazer maior com suas famílias.
Com este debate queremos despertar novas ideias aos poderes público e
privado”, afirmou Giannetti.
“Os cidadãos têm o direito de chegar bem, em boas condições ao trabalho
e também ao lazer. Não há como ceifar este direito do estudante ou do
trabalhador”, disse João Doria Jr., presidente do LIDE. “Nas eleições
passadas, há quatro anos, a mobilidade urbana não foi tema de nenhum
partido. No ano passado a população foi às ruas e a necessidade de
colocar em pauta a mobilidade urbana é urgente. Queremos que este Fórum
seja mais uma contribuição de Minas Gerais ao Brasil”, complementou o
executivo.
“A discussão da mobilidade está vinculada ao planejamento urbano e à
melhoria da qualidade de vida da população. Este seminário veio em um
momento ideal, pois a mobilidade é questão prioritária”, disse o
prefeito. “As grandes cidades continuarão crescendo, pois elas atraem os
ricos pelas oportunidades de negócios e qualidade de vida e os pobres
pela oferta de empregos. Este fato justifica a importância deste
debate”, observou Lacerda.
Transporte e Soluções
Para Marcio Lacerda a cidade de Belo Horizonte se adensou de uma forma
expressiva, ficando cada vez mais longe do centro da cidade ao longo dos
anos. Com isso houve um crescimento pequeno da população e aumento da
frota dos veículos, o que resultou na necessidade de um estudo para
melhoria da mobilidade urbana e, consequentemente, a um incentivo de um
uso racional dos automóveis.
“A pessoa pode ter o automóvel para uso eventual, mas o direito de um
transporte coletivo de qualidade com a implementação de BRTs e da
expansão e investimentos dos metrôs”, explicou o prefeito. “Foi feito um
planejamento eficaz, com o auxílio da BRTrans, que também integrou as
ciclovias com os sistemas de transporte coletivo”, contou o prefeito.
Um dos eixos do planejamento urbano vinculado à questão da mobilidade e
ao transporte de massa de qualidade está na operação urbana
consorciada, como no caso da “Nova BH”, apresentada por Lacerda. “É um
grande desafio, uma operação urbana de grande porte que desperta tanto
entusiasmo quanto temor, mas que terá uma solução em prol de todos ao
final”, disse o prefeito. “A falha do transporte de massa do Brasil é a
falta de uma tarifa única. Um possível aumento da gasolina poderia
aumentar o subsídio do transporte público e proporcionar essa tarifa
única, por exemplo”.
Humanidade e Comportamento
Para o presidente da Vitacon, criador do primeiro apartamento de 18m2 e
palestrante do Fórum, Alexandre Lafer Frankel, todos os pais precisam
ter o direito de levar seus filhos à escola. “Antigamente o luxo era ter
um apartamento grande ou um carro caro. Hoje luxo é não necessitar de
carro, é ter mais tempo para lazer, para estar com seus familiares”,
afirmou. “Conseguimos trazer o mesmo luxo para apartamentos menores, que
possuem restaurantes, bicicletários, sistemas de lavanderia, sistema de
caronas entre os condôminos e carros compartilhados, itens que aumentam
a mobilidade das pessoas”. Para o executivo, a responsabilidade e a
conscientização para a melhora é um dever de todos. “A responsabilidade
da mobilidade urbana é, também, do setor privado e dos cidadãos”,
concluiu Frankel.
A palestra contou com importantes debates. “É preciso buscar um uso
mais racional e até mais inovador do automóvel. Evidentemente o carro é
uma parte integrante da vida das cidades, mas ele precisa estar presente
de uma forma seletiva e não como uma obrigação diária”, comentou Ramon
Victor Cesar, diretor-presidente da BHTRANS.
Sergio Vieira, Membro do Conselho de Administração da Pedra Branca e da
ESPB – Espírito Santo Property do Brasil, disse que o foco está em
mostrar ao Governo e às agências reguladoras que hoje já não é mais
possível manter a obrigação existente de áreas residenciais e
comerciais. “Com o fim desta exigência, as pessoas não precisariam mais
se deslocar tanto. Uma solução seria termos bairros como pequenas
cidades, locais que permitiriam que as pessoas morassem, passeassem e
realizassem seus momentos de lazer”, disse o executivo. “Há uma
necessidade, também, de um melhor aproveitamento dos espaços públicos”,
finalizou.
Carta legado do Fórum Nacional de Mobilidade Urbana em Belo Horizonte
O Fórum Nacional de Mobilidade Urbana, realizado em Belo Horizonte pelo
LIDE – Grupo de Líderes Empresariais promoveu um debate de autonível
sobre o tema mobilidade urbana com a participação de autoridades
públicas e privadas, especialistas no tema.
Em primeiro lugar, foi ressaltada a crescente relevância do tema
mobilidade urbana na qualidade de vida das pessoas, especialmente nas
grandes metrópoles brasileiras. O crescimento desorganizado dos grandes
centros urbanos, sem adequado planejamento geográfico e de integração
logística acarreta enorme transtorno a população pela distância e tempo
de deslocamento entre os locais de residência, trabalho, comércio e
lazer.
No primeiro painel, discutimos Humanidade e Comportamento, com destaque
para a necessidade da mudança comportamental do cidadão. Procurando
adaptar-se à nova realidade dos grandes centros urbanos, através da
redução do uso do transporte individual (automóvel) e uso mais intenso
das várias modalidades de transporte coletivo, como metrô, BRIT e também
da bicicleta para trajetos de menor distancia.
Igualmente para o pedestre, foi sugerida a melhoria das calçadas
públicas, em um conceito que poderia ser denominado, calçada cidadã,
proporcionando o maior nível de conforto, segurança e prazer para os
pedestres das grandes cidades.
Destacou também, o custo social e econômico dos grandes
congestionamentos de tráfego e a deficiência do transporte urbano para
os cidadãos das grandes metrópoles. Além do tempo de aproximado 45 dias
por ano, em média, para deslocamento da residência ao trabalho e
vice-versa, os risco de acidentes e violência são inerentes aos intensos
congestionamentos do tráfego urbano.
No painel sobre urbana Tecnologia Aplicada à Mobilidade, destacou-se a
aplicação de novas tecnologias de informação como ferramentas
imprescindíveis para a melhoria da circulação de veículos individuais e
coletivos pelas vias públicas, por exemplo, as de gerenciamento do fluxo
e demanda de tráfego, como GPS e o rádio e a internet para ajudar no
monitoramento e divulgação das informações sobre o trânsito são
extremamente relevantes.
Igualmente, a instalação de câmeras e monitores nas principais vias de
trânsito e semáforos inteligentes foram mencionados como alternativa
para melhor controle do tráfego urbano. Outras questões importantes
foram levantadas no painel sobre legislação aplicada à questão da
mobilidade urbana. A desoneração tributária dos ativos fixos aplicados
sobre os modais de capital intensivo como VLT e metrô, bem como a
tributação progressiva de IPTU e IPVA, levando em conta, a questão da
mobilidade urbana também foram objetos de debate entre os
participantes.
O prefeito Márcio Lacerda apresentou um interessante projeto integrado
de planejamento urbano, baseado numa eficaz legislação de uso do solo e
de uma rede estruturante multimodal, que transformará Belo Horizonte, de
uma metrópole monodispersa para uma metrópole policompacta. Propostas
de adensamento das construções imobiliárias e móveis mais compactos em
regiões de uso misto do solo poderão, em breve, reduzir a demanda e a
necessidade do deslocamento dos cidadãos de Belo Horizonte para suas
atividades cotidianas, proporcionando maior segurança e qualidade de
vida para os seus habitantes.
Concluindo, todos consideraram o tema mobilidade urbana como um tema
central das políticas públicas nos três níveis de governo, federal,
estadual e municipal. Como também a necessidade de parcerias
publico-privadas para dar consequência aos investimentos dos modernos
modais de transporte público que estão hoje sendo demandados nos grandes
centros urbanos.
SOBRE O FÓRUM
O ano de 2013 mudou o Brasil. A população foi às ruas em busca de
mudanças por uma vida com mais qualidade. Por um Brasil melhor. O
objetivo do FÓRUM NACIONAL DE MOBILIDADE URBANA é debater e propor
caminhos para o desenvolvimento de modelos eficientes e sustentáveis de
mobilidade urbana, bem como projetos que, com auxilio do setor privado,
possam ajudar na solução destes problemas nas grandes cidades
brasileiras.
SOBRE O LIDE - Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes
Empresariais é uma organização de caráter privado, que reúne empresários
em nove países e quatro continentes. Atualmente tem 1.620 empresas
filiadas (com as unidades nacionais e internacionais), que representam
52% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e
fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil e no
exterior, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar
o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas
comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do
ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades
privadas e representantes do poder público, por meio de debates,
seminários e fóruns de negócios.