26 agosto 2013

Quem deveria pagar pelo transporte coletivo de qualidade?


Se, por um lado, os protestos que levaram milhões às ruas culminaram na redução massiva da tarifa do transporte coletivo no Brasil, não se pode dizer o mesmo da qualidade do serviço oferecido. Falta investimento em frota e em infraestrutura adequada para um deslocamento rápido e eficiente.

Enquanto isso, o país impulsiona a indústria do automóvel particular. Exemplo é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os carros, que foi prorrogada até dezembro deste ano, quando deveria ter acabado em abril. 

O incentivo representará uma renúncia fiscal de R$ 2,2 bilhões neste período, conforme a Agência Brasil.

Daí surge a questão: até que ponto os recursos que o governo deixou de arrecadar prejudicam o transporte coletivo?

Considerando que os R$ 32,5 bilhões desperdiçados desde 2003 – com isenções sobre carro e combustível – poderiam construir 1.500 quilômetros de corredores de ônibus ou 150 quilômetros de metrô, os prejuízos são grandes. 

A verba também seria suficiente para a criação de corredores segregados nas 12 metrópoles brasileiras, conforme reportagem da Folha de S. Paulo. Além disso, a má qualidade atrai cada vez mais as pessoas para trás do volante.

O argumento do Ministério da Fazenda para as isenções é que a indústria automobilística é fundamental para a economia do país, pois representa 25% da produção industrial. 

Mas a população carece de transporte qualidade, as cidades precisam de mais mobilidade urbana e o ar precisa ser mais limpo. E quem ganha com isso? As pessoas.

Saiba mais no infográfico abaixo, da Folha de S. Paulo

Arquivo INFOTRANSP