04 maio 2012

'Mamute' e 'Gafanhoto' agilizam obras do Trensurb (RS)

'Mamute' e 'Gafanhoto' agilizam obras do Trensurb (RS)

 
Grandes obras de infraestrutura sempre são um desafio, tanto para quem vai executá-la quanto para a população local. E quanto maior o desafio, maior a necessidade de se ter criatividade. 
 
Foi o que aconteceu com a expansão da Trensurb em Novo Hamburgo (RS). Para evitar transtornos no trânsito do centro da cidade, o consórcio Nova Via, responsável pela obra, projetou duas máquinas para tocar o empreendimento sem que fosse preciso fechar ruas, minimizando problemas no trânsito local.
 
A idéia de criar novas máquinas para a obra surgiu devido às dificuldades previstas pela equipe de engenharia do consórcio, explica Heraldo de Barros Leite, técnico especializado em metodologia e responsável pelo setor de engenharia do empreendimento. “Essa obra tem um elevado de mais de nove quilômetros, como se fosse um viaduto. Poderíamos até tocar a obra sem as máquinas, mas causaria transtornos à cidade, além do custo que seria muito maior”, afirma.
 
As novas máquinas logo foram batizadas pelos operários. Uma delas ganhou o singelo nome de 'mamute' por ter um dispositivo que carrega peças pesadas como se fosse uma grande tromba (foto acima). O mamute tem pneus para se locomover na plataforma, necessita de quatro operários para funcionar e suporta até uma tonelada e meia de peso. Vem sendo usado para colocar as lajes da lateral do trilho do metrô de superfície. O gancho desce do mamute, pega a peça disponível em um caminhão posicionado na via, e eleva a peça para montar a lateral da plataforma. 
 
A outra máquina criada pelo consórcio foi apelidada de 'gafanhoto' por conta dos braços da máquina. Precisa de seis trabalhadores para ser operada e carrega as peças para montagem do trilho, suportando até seis toneladas e meia de peso.
 
Cada máquina custou cerca de R$ 100 mil reais e têm durabilidade de até três meses. Se a obra fosse toca com os equipamentos tradicionais, diz Heraldo Leite, o custo seria praticamente o dobro. "O aluguel de cada máquina é cobrado por hora de uso e, para começar a utilizá-las, é necessário duas horas para configurá-las, ou seja, mais tempo perdido. Já com as nossas máquinas, isso não é necessário”, compara. 
 
A expansão da Linha 1 terá um total de 9,3 quilômetros de linha, de São Leopoldo a Novo Hamburgo - ver aqui. Todo o trecho será estruturado em via elevada e terá cinco novas estações. São elas: Rio dos Sinos (em São Leopoldo),  Santo Afonso, Industrial, Fenac e Novo Hamburgo, no município hamburguense. O projeto está orçado em R$ 929,7 milhões. 
 
Essa obra inclui também projetos sociais, beneficiando a população que morava em áreas de risco ou no trajeto da obra, tendo assim que ser realocada. Foram entregues moradias do programa Minha Casa, Minha Vida e construídas escolas, creches e postos de saúde a mais de 500 famílias. 
 
Confira abaixo entrevista com Humberto Kásper, diretor-presidente da Trensurb, sobre como a obra cumpriu um papel social ao beneficiar famílias que viviam há cerca de 20 anos em ocupações irregulares e precárias
 
 
 

Arquivo INFOTRANSP