'Mamute' e 'Gafanhoto' agilizam obras do Trensurb (RS)
Grandes obras de infraestrutura sempre são um desafio, tanto para quem
vai executá-la quanto para a população local. E quanto maior o desafio,
maior a necessidade de se ter criatividade.
Foi o que aconteceu com a
expansão da Trensurb em Novo Hamburgo (RS). Para evitar transtornos no
trânsito do centro da cidade, o consórcio Nova Via, responsável pela
obra, projetou duas máquinas para tocar o empreendimento sem que fosse
preciso fechar ruas, minimizando problemas no trânsito local.
A idéia de criar novas máquinas para a obra surgiu devido às
dificuldades previstas pela equipe de engenharia do consórcio, explica
Heraldo de Barros Leite, técnico especializado em metodologia e
responsável pelo setor de engenharia do empreendimento. “Essa obra tem
um elevado de mais de nove quilômetros, como se fosse um viaduto.
Poderíamos até tocar a obra sem as máquinas, mas causaria transtornos à
cidade, além do custo que seria muito maior”, afirma.
As novas máquinas logo foram batizadas pelos operários. Uma delas
ganhou o singelo nome de 'mamute' por ter um dispositivo que carrega
peças pesadas como se fosse uma grande tromba (foto acima). O mamute tem
pneus para se locomover na plataforma, necessita de quatro operários
para funcionar e suporta até uma tonelada e meia de peso. Vem sendo
usado para colocar as lajes da lateral do trilho do metrô de superfície.
O gancho desce do mamute, pega a peça disponível em um caminhão
posicionado na via, e eleva a peça para montar a lateral da plataforma.
A outra máquina criada pelo consórcio foi apelidada de 'gafanhoto' por
conta dos braços da máquina. Precisa de seis trabalhadores para ser
operada e carrega as peças para montagem do trilho, suportando até seis
toneladas e meia de peso.
Cada máquina custou cerca de R$ 100 mil reais e têm durabilidade de até
três meses. Se a obra fosse toca com os equipamentos tradicionais, diz
Heraldo Leite, o custo seria praticamente o dobro. "O aluguel de cada
máquina é cobrado por hora de uso e, para começar a utilizá-las, é
necessário duas horas para configurá-las, ou seja, mais tempo perdido.
Já com as nossas máquinas, isso não é necessário”, compara.
A expansão da Linha 1 terá um total de 9,3 quilômetros de linha, de São Leopoldo a Novo Hamburgo - ver aqui.
Todo o trecho será estruturado em via elevada e terá cinco novas
estações. São elas: Rio dos Sinos (em São Leopoldo), Santo Afonso,
Industrial, Fenac e Novo Hamburgo, no município hamburguense. O projeto
está orçado em R$ 929,7 milhões.
Essa obra inclui também projetos sociais, beneficiando a população que
morava em áreas de risco ou no trajeto da obra, tendo assim que ser
realocada. Foram entregues moradias do programa Minha Casa, Minha Vida e
construídas escolas, creches e postos de saúde a mais de 500 famílias.
Confira abaixo entrevista com Humberto Kásper, diretor-presidente da
Trensurb, sobre como a obra cumpriu um papel social ao beneficiar
famílias que viviam há cerca de 20 anos em ocupações irregulares e
precárias
video -> http://pac.gov.br/noticia/1fa4a66b