Na tarde desta quinta, 22, o prefeito João Henrique, o chefe da Casa Civil, João Leão, e o secretário de Infraestrutura e Transportes, José Mattos, acenavam da cabine de um dos seis trens do metrô vindo do trajeto Brotas-Acesso Norte. Já a população irá esperar até maio de 2012, prazo da nova promessa da gestão municipal para testes com usuários por seis meses, e entrega no segundo semestre.
Três anos após chegar à capital baiana – as três primeiras composições chegaram em novembro de 2008 –, um dos trens fez a primeira viagem pública após testes e reparos realizados por 20 dias. “Valeu a pena o esforço e as pedras no caminho. O metrô de São Paulo começou com 4,5 km; o do Rio de Janeiro, com 4 km; e o nosso tem 6,5 km e, em 2012, chegará a 12 km”, disse João Leão.
O prefeito João Henrique também discursou em tom de desabafo. “Faltam palavras para expressar a emoção. Foram inúmeros obstáculos causados pela incompreensão, descrença, mesquinhez, inveja e ciúme. Mas vamos entregar o metrô até o final do primeiro semestre de 2012. Levamos pouco mais de cinco minutos do Bonocô até aqui e a sensação da viagem é de maciez e silêncio, que a imprensa poderá sentir. Não cabem mais pautas negativas”, encerrou referindo-se às notícias na imprensa ao longo da construção que se arrasta há 12 anos. Alegando a questão da fase de testes, o passeio com os profissionais da imprensa não foi concretizado.
Acesso gratuito - Ainda de acordo com o chefe da Casa Civil, os próximos quatros meses serão de condicionamento para os testes em que a população terá acesso gratuito ao metrô nos 6,5 km de extensão (Lapa-Acesso Norte), com viagem estimada em 15 minutos, passando por quatro estações (Acesso Norte, Brotas, Campo da Pólvora e Lapa, além da do Bonocô, que será suspensa). A iniciativa será custeada pelo Ministério das Cidades com recurso no valor de R$ 33 milhões.
Durante os testes, 12 técnicos do Rio de Janeiro estão treinando a mão de obra local. Ao todo, uma equipe de 146 profissionais atua no sistema. O tempo de espera na plataforma deve ser entre três a cinco minutos com quatro trens atendendo 25 mil usuários ao dia.
O sistema será interligado com linhas de ônibus convencionais. Cada trem comporta 1.250 pessoas, sendo 200 sentadas, com velocidade entre 45 a 50 km/h, podendo chegar a 80 km/h. A tarifa deve custar R$ 2,50 – este valor pode mudar.
O próximo passo é o complemento do sistema, que engloba o trajeto até Pirajá e Cajazeiras. “E com o governo do Estado iremos chegar até Lauro de Freitas”, disse João Leão. Ele afirmou também que a parte física até Pirajá, com orçamento de R$ 246 milhões, já tem garantidos R$ 65 milhões com conclusão em julho de 2013. Até Cajazeiras, o projeto deve ser lançado em 2012.
Prefeito, secretários e assessores fizeram viagem de teste no metrô