Segundo a Hays, Brasil está entre as nações onde hoje é difícil contratar mão de obra qualificada. Veja os fatores que impedem país de chegar ao equilíbrio
Segundo a pesquisa, o Brasil sofre com a escassez de profissionais qualificados nas áreas de infraestrutura, petróleo e gás
Uma pesquisa que avalia a eficiência dos mercados de trabalho
das nações colocou o Brasil no grupo daquelas onde é difícil contratar
mão de obra qualificada.
Mesmo assim, o país está no caminho certo para chegar a um equilíbrio, pelo menos do ponto de vista do empregador.
É o que aponta o relatório "The Hays Global Skills Index 2013", elaborado pela empresa de recrutamento e seleção Hays (veja tabela completa dos países ao final).
A pontuação brasileira caiu de 5.7, em 2012, para 5.6 neste ano - o que é bom.
Segundo a Hays, uma nota perto de 5.0 significa que a capacidade das empresas do país de recrutar, reter ou substituir os seus talentos-chave é a ideal.
Acima, indica dificuldade.
Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, apesar da nota não tão distante da ideal, vivemos uma escassez de profissionais qualificados, especialmente em áreas onde a demanda está em um nível alto, como: infraestrutura e petróleo e gás.
O Brasil está entre os piores do ranking em termos de qualidade da educação do ensino secundário.
"A história do desempenho educacional no nível secundário tem impacto na oferta de competências para os empregadores hoje e continuará a ter-lo no futuro, caso nada seja feito", afirma o relatório.
Segundo a Hays, os principais desafios no Brasil são o mercado de trabalho inflexível e os altos custos associados a fazer negócios por aqui.
Por outro lado, o país é considerado o centro natural para o estabelecimento das multinacionais na América Latina, o que oferece oportunidades para os profissionais.
A pesquisa mostra ainda que as habilidades mais procuradas pelas empresas entre os trabalhadores brasileiros são o domínio da língua inglesa e pensamento estratégico. "As empresas brasileiras estão se concentrando em produtividade e na retenção de talentos", explica a diretora da Hays Brasil, Carla Rabelo.
Mundo
A principal conclusão da pesquisa deste ano aponta que a eficiência dos mercados de trabalho não está diretamente relacionada com o estado atual da economia.
"Nosso índice mostra que fatores estruturais, como educação e flexibilidade do mercado de trabalho, têm mais impacto sobre a eficiência deste mercado", afirma o relatório.
A pesquisa demonstra que os países onde as empresas podem ser ágeis para reagir à dinâmica do mercado de trabalho - por exemplo ajustando os salários regionais - diminuem significativamente as chances de incompatibilidade de talentos e desemprego de longa duração.
Além disso, a Hays afirma que é preciso diminuir a diferença entre o que os jovens aprendem na universidade e o que o mercado de trabalho espera deles.
"A reforma da educação deve ser desenvolvida através de uma estreita colaboração entre os governos e a comunidade empresarial. Há uma séria desconexão entre empregadores, instituições de ensino superior e graduados quando se trata de requisitos educacionais", diz a pesquisa.
Como resultado, muitos jovens estão entrando no mercado de trabalho com uma qualificação 'no papel', mas sem as habilidades e experiências necessária para garantir o emprego a longo prazo.
Mesmo assim, o país está no caminho certo para chegar a um equilíbrio, pelo menos do ponto de vista do empregador.
É o que aponta o relatório "The Hays Global Skills Index 2013", elaborado pela empresa de recrutamento e seleção Hays (veja tabela completa dos países ao final).
A pontuação brasileira caiu de 5.7, em 2012, para 5.6 neste ano - o que é bom.
Segundo a Hays, uma nota perto de 5.0 significa que a capacidade das empresas do país de recrutar, reter ou substituir os seus talentos-chave é a ideal.
Acima, indica dificuldade.
Em relação ao mercado de trabalho brasileiro, apesar da nota não tão distante da ideal, vivemos uma escassez de profissionais qualificados, especialmente em áreas onde a demanda está em um nível alto, como: infraestrutura e petróleo e gás.
O Brasil está entre os piores do ranking em termos de qualidade da educação do ensino secundário.
"A história do desempenho educacional no nível secundário tem impacto na oferta de competências para os empregadores hoje e continuará a ter-lo no futuro, caso nada seja feito", afirma o relatório.
Segundo a Hays, os principais desafios no Brasil são o mercado de trabalho inflexível e os altos custos associados a fazer negócios por aqui.
Por outro lado, o país é considerado o centro natural para o estabelecimento das multinacionais na América Latina, o que oferece oportunidades para os profissionais.
A pesquisa mostra ainda que as habilidades mais procuradas pelas empresas entre os trabalhadores brasileiros são o domínio da língua inglesa e pensamento estratégico. "As empresas brasileiras estão se concentrando em produtividade e na retenção de talentos", explica a diretora da Hays Brasil, Carla Rabelo.
Mundo
A principal conclusão da pesquisa deste ano aponta que a eficiência dos mercados de trabalho não está diretamente relacionada com o estado atual da economia.
"Nosso índice mostra que fatores estruturais, como educação e flexibilidade do mercado de trabalho, têm mais impacto sobre a eficiência deste mercado", afirma o relatório.
A pesquisa demonstra que os países onde as empresas podem ser ágeis para reagir à dinâmica do mercado de trabalho - por exemplo ajustando os salários regionais - diminuem significativamente as chances de incompatibilidade de talentos e desemprego de longa duração.
Além disso, a Hays afirma que é preciso diminuir a diferença entre o que os jovens aprendem na universidade e o que o mercado de trabalho espera deles.
"A reforma da educação deve ser desenvolvida através de uma estreita colaboração entre os governos e a comunidade empresarial. Há uma séria desconexão entre empregadores, instituições de ensino superior e graduados quando se trata de requisitos educacionais", diz a pesquisa.
Como resultado, muitos jovens estão entrando no mercado de trabalho com uma qualificação 'no papel', mas sem as habilidades e experiências necessária para garantir o emprego a longo prazo.
Pesquisa
Veja na tabela a seguir como as notas do Brasil em cada quesito se comparam com as de outros países:
Flex. de educação | Particip. no mercado de trabalho | Flex. do mercado de trabalho | Incompat. de talentos | Pressão salarial geral | Pressão salarial em indústrias de alta competência | Pressão salarial da alta qualific. | Total | |
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
Brasil | 6.0 | 6.0 | 8.8 | 5.5 | 3.9 | 4.4 | 4.7 | 5.6 |
Canadá | 5.6 | 5.1 | 3.9 | 8.0 | 5.6 | 6.5 | 6.7 | 5.9 |
Chile | 6.0 | 5.2 | 5.9 | 6.0 | 6.7 | 2.4 | 1.1 | 4.8 |
México | 4.8 | 5.8 | 7.4 | 5.7 | 4.7 | 10.0 | 3.0 | 5.9 |
Estados Unidos | 6.6 | 5.8 | 4.3 | 10.0 | 4.2 | 7.8 | 6.4 | 6.4 |
Austrália | 4.3 | 5.0 | 4.4 | 4.0 | 7.1 | 8.0 | 6.0 | 5.5 |
China | 1.3 | 3.0 | 8.0 | 6.0 | 8.6 | 3.0 | 5.0 | 5.0 |
Hong Kong | 1.7 | 4.9 | 1.7 | 4.8 | 8.7 | 5.6 | 1.0 | 4.1 |
Índia | 0.2 | 4.6 | 7.0 | 5.0 | 4.1 | 3.6 | 5.0 | 4.2 |
Japão | 3.0 | 5.4 | 7.1 | 9.1 | 9.5 | 6.1 | 5.9 | 6.6 |
Cingapura | 0.8 | 5.6 | 0.6 | 5.9 | 2.6 | 8.5 | 8.5 | 4.6 |
Dinamarca | 6.3 | 5.6 | 2.9 | 6.1 | 2.5 | 0.0 | 5.8 | 4.2 |
França | 3.5 | 4.2 | 8.0 | 6.9 | 4.7 | 5.2 | 4.0 | 5.2 |
Alemanha | 6.4 | 4.7 | 6.9 | 4.1 | 5.7 | 10.0 | 6.6 | 6.3 |
Holanda | 4.6 | 6.2 | 4.8 | 3.5 | 0.0 | 6.1 | 4.6 | 4.3 |
Polônia | 5.6 | 4.6 | 6.6 | 3.3 | 3.9 | 7.3 | 4.9 | 5.2 |
Reino Unido | 4.3 | 6.6 | 4.9 | 9.0 | 1.2 | 5.8 | 4.5 | 5.2 |
Portugal | 4.6 | 6.4 | 6.1 | 10.0 | 4.7 | 10.0 | 0.0 | 6.0 |
Rússia | 7.5 | 4.1 | 7.6 | 5.0 | 5.6 | 8.0 | 4.8 | 6.1 |
Suécia | 7.1 | 3.7 | 6.2 | 6.4 | 6.1 | 10.0 | 4.7 | 6.3 |
Veja o que significa cada indicador:
Flexibilidade da educação: mede se o sistema educacional consegue se adaptar às necessidades das empresas
Participação do mercado de trabalho: mede se o grau de
talentos do país é totalmente utilizado. Uma pontuação alta indica que a
proporção de pessoas em idade ativa que essão empregados não está
aumentando, o que indica restrições na disponibilidade de recursos
adicionais.
Flexibilidade do mercado de trabalho: Avalia o
ambiente legal e regulatório enfrentado pelas empresas. Uma pontuação
mais alta significa que a legislação laboral é considerada inflexível e
que há restrições em relação à colocação de imigrantes para preencher as
lacunas de talentos.
Incompatibilidade de talentos: Mede o descompasso
entre as competências necessárias por parte das empresas e das
competências possuídas pela força de trabalho. A pontuação mais alta
significa que a mão de obra disponível não tem as habilidades que os empregadores querem.
Pressão salarial geral: mede se os salários estão
mantendo o ritmo com a inflação, que é uma medida de aperto global do
mercado de trabalho. A pontuação mais alta significa que os salários
reais estão aumentando rapidamente.
Pressão salarial em indústrias de alta competência: a
pontuação mais alta significa que os salários em indústrias altamente
qualificadas estão subindo mais rápido do que em setores de baixa
qualificação.
Pressão salarial em ocupações de alta qualificação: Mede
o prêmio salarial pago em ocupações altamente qualificadas, o que é um
indicador da falta de talentos-chave. A pontuação mais alta significa
que os salários em profissões altamente qualificadas estão subindo mais
rápido do que em ocupações de baixa qualificação.