A reativação de
antigas linhas de trens de passageiros está na pauta do governo
federal.
O Ministério dos Transportes tem feito a atualização de
estudos de 14 trechos considerados prioritários em todo o país, que
totalizam quase 2 mil quilômetros.
A proposta é permitir a ligação
ferroviária entre municípios distantes até 200 quilômetros.
Seis desses
projetos encontram-se em fase mais adiantada.
As linhas
estão localizadas no Rio Grande do Sul (duas), Paraná (uma), Bahia
(uma), Piauí (uma) e Maranhão (uma).
Recentemente, representantes de
prefeituras mineiras estiveram em Brasília com a missão de sensibilizar
o governo a incluir três trechos no pacote: Montes Claros a Janaúba e
Januária (Norte do estado); Uberlândia, Uberaba e Araguari (Triângulo
Mineiro); Araxá (Alto Paranaíba); e Lavras e Varginha (Sul).
Uma das dúvidas do Palácio do Planalto é se as obras serão custeadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou se poderiam ser bancadas por meio de parcerias públicos-privadas (PPP’s). Paralelamente ao projeto nacional, a Secretaria Estadual de Gestão Metropolitana prepara a modelagem do sistema de trem de passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A expectativa é que no ano que vem sejam feitos os leilões de três linhas, ligando municípios da área Central à capital. A conexão permitiria, por exemplo, fazer o percurso de trem de Sete Lagoas, Brumadinho, Divinópolis, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete até Belo Horizonte. Um ramal permitiria conectá-lo ao aeroporto de Confins.
O poder público e a iniciativa privada têm muito o que aprender no único transporte ferroviário de passageiros diário no Brasil. Muitas coisas que ocorrem na Vitória-Minas podem ser copiadas em futuras linhas. Por outro lado, há situações que precisam de soluções para beneficiar ainda mais os passageiros. O EM listou tantos pontos positivos quanto negativos em cinco itens – alimentação, internet, segurança, comunicação e embarque/desembarque.
Em se tratando da alimentação, os preços cobrados no vagão-restaurante e no vagão-lanchonete estão longe de serem abusivos como os dos aeroportos. A refeição mais cara é o PF com picanha, arroz, feijão, batata frita, salada e farofa: R$ 16. O do frango com macarrão sai a R$ 10. “Vendemos cerca de 200 almoços e jantares por dia”, revela um dos gerentes da empresa que terceirizou o serviço.
Internet
Por outro lado, a mesma empresa não trabalha com cartões de crédito e débito. O motivo é a falta de sinal de internet em boa parte do trecho de BH a Cariacica. Nos dias de hoje, porém, é cada vez maior o número de brasileiros que substituem o dinheiro pela moeda de plástico. Ao lado do vagão-restaurante, há um vagão com bancada e tomadas para quem desejar usar o notbook.
Esse seria o ponto positivo do item internet. Porém, não há wi-fi no trem, o que surpreendeu o argentino Wilson Zkarlatink, de 24 anos, que mora em Vitória e embarcou no trem para conhecer cidades históricas de Minas. “A viagem é muito longa e a internet ajuda a adiantar vários serviços”, disse o rapaz, que viajou ao lado da amiga colombiana Linda Moreno, da mesma idade.
“A internet seria um passa-tempo. Outro passa-tempo poderia ser televisores”, acrescentou a jovem, que fala bem o português. O sistema de comunicação interno na Vitória-Minas é outro item a ser destacado. O lado positivo é que todas as estações são anunciadas com antecedência pelo alto-falante. Da mesma forma, qualquer parada ou redução da velocidade da locomotiva é comunicada aos usuários.
O lado negativo é que, ao contrário da aviação, os anúncios são informados apenas na língua nacional. Levando-se em conta que o Brasil está prestes a sediar uma Copa do Mundo e que tanto Minas quanto o Espírito Santo têm vários pontos turísticos, é importante que o sistema de comunicação também pronuncie as informações em inglês.
Segurança
Já a presença de vigilantes no interior da composição e nas estações é o ponto positivo do tema segurança. Por sua vez, vândalos promovem a violência em dois trechos. Próximo à estação de Ipaba (MG) e à de Flexal (ES), um comunicado sugere aos usuários que fechem as cortinas e janelas dos vagões, pois os trechos correm risco de “apedrejamento”. A solução do problema é de competência do poder público e da própria sociedade, que precisa denunciar os “atiradores” de pedras.
Por fim, em se tratando do embarque e do desembarque, as locomotivas partem no horário previsto.
Uma das dúvidas do Palácio do Planalto é se as obras serão custeadas pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) ou se poderiam ser bancadas por meio de parcerias públicos-privadas (PPP’s). Paralelamente ao projeto nacional, a Secretaria Estadual de Gestão Metropolitana prepara a modelagem do sistema de trem de passageiros da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A expectativa é que no ano que vem sejam feitos os leilões de três linhas, ligando municípios da área Central à capital. A conexão permitiria, por exemplo, fazer o percurso de trem de Sete Lagoas, Brumadinho, Divinópolis, Ouro Preto e Conselheiro Lafaiete até Belo Horizonte. Um ramal permitiria conectá-lo ao aeroporto de Confins.
O poder público e a iniciativa privada têm muito o que aprender no único transporte ferroviário de passageiros diário no Brasil. Muitas coisas que ocorrem na Vitória-Minas podem ser copiadas em futuras linhas. Por outro lado, há situações que precisam de soluções para beneficiar ainda mais os passageiros. O EM listou tantos pontos positivos quanto negativos em cinco itens – alimentação, internet, segurança, comunicação e embarque/desembarque.
Em se tratando da alimentação, os preços cobrados no vagão-restaurante e no vagão-lanchonete estão longe de serem abusivos como os dos aeroportos. A refeição mais cara é o PF com picanha, arroz, feijão, batata frita, salada e farofa: R$ 16. O do frango com macarrão sai a R$ 10. “Vendemos cerca de 200 almoços e jantares por dia”, revela um dos gerentes da empresa que terceirizou o serviço.
Internet
Por outro lado, a mesma empresa não trabalha com cartões de crédito e débito. O motivo é a falta de sinal de internet em boa parte do trecho de BH a Cariacica. Nos dias de hoje, porém, é cada vez maior o número de brasileiros que substituem o dinheiro pela moeda de plástico. Ao lado do vagão-restaurante, há um vagão com bancada e tomadas para quem desejar usar o notbook.
Esse seria o ponto positivo do item internet. Porém, não há wi-fi no trem, o que surpreendeu o argentino Wilson Zkarlatink, de 24 anos, que mora em Vitória e embarcou no trem para conhecer cidades históricas de Minas. “A viagem é muito longa e a internet ajuda a adiantar vários serviços”, disse o rapaz, que viajou ao lado da amiga colombiana Linda Moreno, da mesma idade.
“A internet seria um passa-tempo. Outro passa-tempo poderia ser televisores”, acrescentou a jovem, que fala bem o português. O sistema de comunicação interno na Vitória-Minas é outro item a ser destacado. O lado positivo é que todas as estações são anunciadas com antecedência pelo alto-falante. Da mesma forma, qualquer parada ou redução da velocidade da locomotiva é comunicada aos usuários.
O lado negativo é que, ao contrário da aviação, os anúncios são informados apenas na língua nacional. Levando-se em conta que o Brasil está prestes a sediar uma Copa do Mundo e que tanto Minas quanto o Espírito Santo têm vários pontos turísticos, é importante que o sistema de comunicação também pronuncie as informações em inglês.
Segurança
Já a presença de vigilantes no interior da composição e nas estações é o ponto positivo do tema segurança. Por sua vez, vândalos promovem a violência em dois trechos. Próximo à estação de Ipaba (MG) e à de Flexal (ES), um comunicado sugere aos usuários que fechem as cortinas e janelas dos vagões, pois os trechos correm risco de “apedrejamento”. A solução do problema é de competência do poder público e da própria sociedade, que precisa denunciar os “atiradores” de pedras.
Por fim, em se tratando do embarque e do desembarque, as locomotivas partem no horário previsto.
O que precisa mudar é a infraestrutura em algumas
estações, onde as plataformas são pequenas e os passageiros, dependendo
dos vagões, descem nos trilhos e a muitos metros da plataforma.
“É
preciso que o desembarque ocorra no mesmo nível da plataforma.
Em muitos
casos, os funcionários colocam um banquinho para ajudar as pessoas a
descerem dos vagões. Não é o ideal”, reclama o aposentado José Carlos
Justino, de 55.
Mais conforto
Mais conforto
A Vale investirá uma fortuna para trocar todos os vagões da Vitória-Minas.
A mineradora mantém sigilo sobre o assunto, confirmando
apenas o interesse em renovar a frota.
O EM apurou, porém, que a
ex-estatal já fechou contrato de compra com a romena Astra Vagoane Arad
de algumas dezenas de vagões, os quais devem chegar ao Brasil até 2015.
Há uma possibilidade de todas as novas unidades terem ar-condicionado,
privilégio apenas dos usuários que viajam na classe executiva.
“Será
ótimo”, torce o estudante Daniel Ferreira, de 18, que costuma viajar de
Belo Horizonte a Governador Valadares, no Leste de Minas, para visitar
amigos