O governo da Espanha pediu nesta quarta-feira às
empresas espanholas interessadas em participar da construção e da
operação do trem de alta velocidade (TAV) entre as cidades do Rio de
Janeiro, de São Paulo e de Campinas, para formarem um consórcio
público-privado para participar da licitação da obra.
O secretário de Estado de Infraestruturas e Planejamento espanhol,
Rafael Catalá, disse hoje que o governo "pediu esforços de fusão" às
empresas interessadas em fazer parte do consórcio.
A primeira fase do contrato do TAV, referente à operação e manutenção
do trem, deve ter sua licitação no começo do ano, por isso "nos
próximos dias será preciso fechar a configuração do consórcio espanhol".
Ainda não se sabe quando será convocado o concurso para a segunda fase do TAV, destinada à construção da infraestrutura.
Catalá reconheceu que há vários fabricantes espanhóis de material
rodante, como a Talgo e a CAF, e algumas construtoras que manifestaram
seu interesse em fazer parte do consórcio.
Além disso, reiterou a necessidade de um único consórcio espanhol
para esse tipo de "projetos complexos", que incluem engenharia,
construção da infraestrutura, eletrificação, sistemas de segurança,
operação, material móvel e manutenção.
Esse consórcio único, que seria liderado pelas empresas públicas
Renfe, Adif e Ineco, teria como objetivo se apresentar a outros
projetos, como o estabelecido este ano para construir e operar o
trem-bala entre as cidades de Meca e Medina (Arábia Saudita).
"Nós inspiramos consórcios únicos para projetos complexos", declarou
Catalá, para depois acrescentar: "Se houver vários consórcios espanhóis,
ficará complicado para nós".