Novos hábitos, equipamentos redutores de vazão de água e aparelhos mais eficientes ajudam a reduzir as contas
O ar-condicionado pode responder por 33% do consumo de energia da casa no verão; veja onde cortar seus gastos
O ar-condicionado pode responder por 33% do consumo de energia da casa no verão; veja onde cortar seus gastos
Você deixaria seu salário escorrer pelo ralo? Pois é isso o que ocorre
quando a água não é usada racionalmente. Segundo cálculo da Sabesp
(Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), novos hábitos
podem representar uma economia de cerca de R$ 550 por ano em um
apartamento residencial -valor próximo ao do salário mínimo (R$ 622).
Além dos conhecidos gestos, como encurtar o banho e não lavar as
calçadas, há "equipamentos economizadores" que regulam a água e o seu
dinheiro.
Entre as opções que não exigem reforma ou contratação de mão de obra
para a instalação estão arejadores e reguladores de vazão para torneiras
e chuveiros, e até kits para converter uma válvula sanitária
convencional de parede em uma descarga com dois botões, um para líquidos
e outro para sólidos.
O arejador, a popular peneirinha, é uma alternativa prática e acessível.
"Quando a água passa pelo arejador, microbolhas de ar ocupam o espaço
da água. Com isso, cria-se a ilusão de que o jato é intenso, quando, na
verdade, o volume é menor", diz o assessor de meio ambiente da Sabesp,
Marcelo Morgado.
Já em chuveiros, com o uso de um redutor, a vazão pode ser diminuída à metade, para dez litros por minuto.
PARA PROFISSIONAIS
Exige reforma ou mão de obra especializada a instalação de torneiras com
anel regulador de pressão (automáticas e eletrônicas) e vasos
sanitários com caixa acoplada (com opção embutida).
Enquanto os vasos
convencionais gastam de dez a 14 litros, os com caixa acoplada gastam de
três a seis litros.
Fica o alerta de Simone Roma Siciliano, gerente de marketing da
Fabrimar, que produz metais para cozinhas e banheiros: "É essencial
despertar o uso racional.
Caso contrário, por mais sofisticado que seja o
produto, o objetivo de redução no consumo ficará comprometido."
ENERGIA
No apagar das luzes, as recomendações para cortar o consumo de energia
são velhas conhecidas. Mas ganharam reforço: as lâmpadas fluorescentes,
que chegaram para substituir as incandescentes, e os eletrodomésticos,
que ficaram mais eficientes.
A lista de equipamentos para esse fim inclui medidores eletrônicos de
consumo (similar ao das concessionárias de energia, que custam cerca de
R$ 250), temporizadores (que programam o funcionamento de aparelhos e
custam a partir de R$ 100) e dimmers (para o controle do nível de
iluminação, que custam de R$ 15 a R$ 20).
Com sistemas de automação, ainda é possível acionar e controlar
diferentes aparelhos via internet ou por celulares. Segundo o consultor
do setor de energia Hilton Moreno, os investimentos variam, mas o
retorno costuma ocorrer até três anos.
Segundo ele, desde que usadas corretamente, nenhuma das opções para
racionalizar o consumo de energia interfere no funcionamento ou na vida
útil dos produtos. "Ao se disciplinar o uso dos aparelhos, a tendência é
que eles durem mais", afirma.
ESTAÇÃO
Além dos hábitos de consumo, do número de aparelhos (potência e tempo de
uso) e de moradores, os gastos com energia têm forte influência da
época do ano.
No frio, o chuveiro consome em torno de 43% da energia de
uma casa. Nos meses quentes, o ar-condicionado responde, em média, por
33%, e o chuveiro elétrico, por 23%.
Mas há como se relacionar melhor com esses itens da casa. Um das saídas é
ter o equipamento adequado ao ambiente (considerando fatores como
tamanho, número de pessoas e eletrônicos) e ao uso.
No caso do
ar-condicionado tipo "split", há diferentes capacidades, que representam
gastos mensais de R$ 86,57 (para o de 10.001 a 15.000 BTU) até R$
303,45 (para o maior de 30.000 BTU), considerando consumo diário de oito
horas.
Para ter maior rendimento, proteja a parte externa do aparelho do sol, sem bloquear as grades de ventilação.
INDÚSTRIA
A Eletrobras coordena o Procel (Programa Nacional de Conservação de
Energia Elétrica), cujo selo indica eficiência de 10 a 15% maior.
Hoje,
são 33 categorias certificadas. "Há estudos para inclusão de
equipamentos como fornos de micro-ondas, televisores [modo ativo] e
fornos de padaria", diz Emerson Salvador, da Eletrobras