Os trens da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) circulam com velocidade média até quatro vezes maior do que a dos carros nas ruas da metrópole.
No horário de pico da noite, entre 17 e 20 horas, os usuários do transporte público sobre trilhos deslocam-se a 32,4 quilômetros por hora, em média.
Enquanto isso, os paulistanos que estão atrás do volante trafegam a 7,6 km/h, quase no ritmo de um pedestre.
Na manhã, entre 7h e 10h, os números sofrem algumas alterações. O carro melhora seu desempenho e atinge a velocidade de uma bicicleta, 20,6 km/h.
O metrô mantém os 32,4 km/h, conforme mostram os dados obtidos pelo Estado por meio da Lei de Acesso à Informação. As velocidades dos carros foram medidas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no corredor modelo da cidade - Avenidas Eusébio Matoso e Rebouças e Rua da Consolação.
Circulam diariamente pela cidade 4,2 milhões de carros. O metrô paulistano recebe 4,7 milhões de passageiros, provenientes de toda a Região Metropolitana. Embora o metrô seja mais rápido, muitos paulistanos preferem usar carro.
O metrô sairá "vitorioso" dessa "briga" quando mais estações forem construídas perto das casas dos que hoje são motoristas e se converterão em usuários.
Essa é a aposta do secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. "Tem uma questão, porém, a ser levada em conta: é que o usuário do carro entra no veículo na garagem e só sai dele no seu destino final.
No metrô isso não acontece. A meu ver, as coisas vão mudar conforme a rede for aumentando", diz o secretário.
A operadora de loja Daiane Santos, de 29 anos, é um exemplo dessa resistência. Ela tem carro e usa metrô - mas só adere ao transporte público porque é obrigada.
De carro, Daiane gasta meia hora no trajeto de casa, em Pirituba, ao trabalho, no Tucuruvi, ambos na zona norte. "Pego trem e metrô e demoro 1h30", compara.