População gasta, em média, duas horas e meia para se deslocar pela cidade de São Paulo; situação é pior na zona sul
Pesquisa do Ibope divulgada na manhã desta segunda-feira, 17, revela que o trânsito é considerado "ruim ou péssimo" por 80% dos paulistanos. Na cidade, as pessoas gastam, em média, duas horas e meia no seu deslocamento diário, sejam eles feitos por meios de transporte públicos ou individuais.
A zona sul é a região mais afetada pelos congestionamentos, na percepção dos próprios moradores da área - ali, 82% acham o trânsito "ruim ou péssimo". Para 39% dos entrevistados da região, que é a mais populosa de São Paulo, esse é o maior problema da capital. Ali, o tempo médio gasto no deslocamento diário sobe para 2h40.
O levantamento foi feito entre 17 e 24 de agosto com 805 pessoas de 16 anos ou mais residentes na cidade. De acordo com a pesquisa, cerca de um terço dos paulistanos gasta uma hora e meia ou mais nos seus deslocamentos só para ir e voltar da sua atividade principal, como trabalho ou estudo.
No ano passado, o trânsito era visto como "ruim" por 22% dos paulistanos. Em 2012, esse índice subiu para 28%. Na categoria "péssimo", a oscilação foi de 55% para 52% no período.
O transporte coletivo foi apontado como problemático por 23% dos entrevistados, ante 22% ano passado. Por sua vez, o trânsito passou de 43% no ano passado para 32%. Nessa categoria, a saúde é apontada por 69% dos paulistanos como o maior problema da cidade, seguida de segurança pública, com 45% das menções, e da educação, com 43%.
Outro dado indica que um número elevado de paulistanos que hoje se locomovem de carro todos os dias ou quase diariamente deixaria de usá-lo se "houvesse uma boa alternativa de transporte". A maioria (65%) afirmou que poderia abandonar o automóvel. "Talvez se tivéssemos um transporte público com qualidade essa disposição fosse maior", diz Márcia Cavallari, diretora do Ibope. Atualmente, mais de 2 milhões de pessoas utilizam carro diariamente ou quase todos os dias na capital.
A ampliação de linhas de metrô e corredores de ônibus é a medida mais pedida pelos entrevistados: 41% deles querem mais desses meios de transporte, ante 34% no ano passado. "Aumentou a percepção de que a saída é o investimento no transporte coletivo", afirma Cavallari.
Programação. A pesquisa, em sua sexta edição e com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos, foi divulgada em parceria com a Rede Nossa São Paulo na Câmara Municipal, no centro. A apresentação da pesquisa abriu a programação da Semana da Mobilidade, que tem ainda palestras, discussões e oficinas. Outros eventos, como a "vaga viva", a "praia na Paulista" e a "balada da mobilidade" também vão ocorrer nos próximos dias. "Vamos diversificar e, ao mesmo tempo, trazer à tona a questão da mobilidade", diz o cicloativista e bike anjo, Ian Thomaz. "Mobilidade tem a ver com qualidade de vida, com troca e com experiência. Por isso são tantas atividades."
Veja a agenda completa da semana:
Terça-feira (18)
Oficina prática Bike Anjo no Idec
Rua Desembargador Guimarães, 21, Água Branca, às 20h
Quarta-feira (19)
Balada da Mobilidade - entrada gratuita e bicicletário na porta
Rua Augusta, 822, a partir das 20h
Quinta-feira (20)
Roda de Conversa: O Desafio da Mobilidade Urbana no Brasil
Livraria Cultura Shopping Bourbon (Rua Turiassu, 2.100, Pompeia), às 19h
Sexta-feira (21)
Vaga Viva
Esquina da Avenida Paulista com a Rua Padre João Manuel, das 8h às 18h
Sábado (22)
Praia na Paulista
Praça do Ciclista (Avenida Paulista, esquina com a Rua da Consolação), das 8h às 18h
Slow Movie - cinema ao ar livre e pique-nique
Parque do Povo, Itaim-Bibi, das 15h às 22h
Domingo (23)
Bicicromia - pintura dos muros da Ciclovia da Marginal (com oficina Mão na Roda)
Grafitagem com Mundano, Reynaldo Berto, Apolo Torres, Paulo Ito e Mauro Neri promovida pelo Instituto CicloBR. No local também haverá uma
Edição da oficina Mão na Roda
Ciclovia da Marginal Pinheiros (Estação Jurubatuba), das 9h às 18h.