19 fevereiro 2014

Redesenhar faixas de pedestres pode salvar vidas e mudar cidades

Construir pequenos parques entre as travessias cria um espaço mais público e protege as pessoas dos atropelamentos

Em cidades grandes, com muitas vias e muitas pessoas que fazem seus caminhos a pé, o atropelamento é um risco constante – apenas na cidade de São Paulo, por exemplo, dois pedestres morrem por dia em decorrência de acidentes do tipo. Mas uma nova proposta de design de ruas pode mudar isso e, ao mesmo tempo, reforçar a ideia da rua como espaço público.

Em San Francisco, nos EUA, um grupo de defensores dos pedestres chamado Walk San Francisco apresentou um projeto em que as calçadas “entram” um pouco mais nas vias na zonas de travessia. 

Isso deixaria os pedestres, protegidos por pequenos jardins elevados, em maior evidência para os motoristas. Segundo o grupo, esse novo desenho criaria uma “zona de freio” para os automóveis, pois faria com que eles percebessem à distância os pedestres e reduzissem a velocidade.

O objetivo também é criar uma espécie de espaço público em que pessoas podem parar para descansar. 

O desenho projetado se estende entre rua e calçada para deixar claro que aquela é uma zona híbrida e de convivência segura. 

É pensado para que as pessoas fiquem paradas ali com tranquilidade – ao contrário do modelo atual, que obriga os pedestres a se apressarem para não serem atingidos quando o sinal abrir.

O grupo ainda pretende usar os jardins como hortas comunitárias, o que poderia incentivar a apropriação da paisagem urbana pela população local e também criar uma rede verde que ligaria não só algumas ruas às outras, mas também aos parques próximos.

Por enquanto, a administração de San Francisco se mostrou interessada na ideia e planeja se encontrar com o grupo. 
 
A intenção é que o projeto seja testado em uma importante rua que corta o centro da cidade. Se der certo, pode ganhar o mundo
 

Arquivo INFOTRANSP