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26 julho 2015
24 julho 2015
O custo do custo-benefício
O custo do custo-benefício
Folha de São Paulo
Mariana Mazzucato e Caetano Penna
O Brasil deveria definir os vetores das políticas públicas e das
ações privadas a longo prazo, em vez de priorizar os "benefícios" da
austeridade
O debate sobre o papel do Estado e o do mercado tende a se alternar de
tempo em tempo. Desde os anos 1970, a dominância é liberal. Mesmo a
mudança no pêndulo com a recente crise financeira global foi logo
contra-atacada. A austeridade voltou à crista da onda, inclusive no
Brasil. Junto vêm os usuais ataques a instituições estatais. O diabo é
acreditar no discurso.
Mundo a fora, o Estado continua fazendo o que o mercado não faz. O Vale
do Silício é resultado de brutal intervenção estatal. Toda a tecnologia
por trás do iPhone foi financiada por agências públicas, em especial
relacionadas ao Departamento de Defesa, cujo modelo foi copiado em saúde
e energia.
Hoje, há pesados subsídios para setores-chave como carro elétrico e
energia solar. Tesla, SolarCity e SpaceX, firmas ligadas ao empresário
Elon Musk, por exemplo, já receberam quase US$ 5 bilhões.
Nos EUA, onde há um profundo mercado de capital, o Estado apoia firmas
inovadoras antes do "capital de risco". Mesmo lá, tecnologias, setores e
empresas na prática são escolhidas pelo Estado.
No Reino Unido, custos galopantes em pesquisa e desenvolvimento de um
novo motor de avião deixaram a Rolls-Royce à beira da falência, só sendo
salva pela nacionalização em 1971, seguida de empréstimos públicos de
longo prazo. Em 1987, ela foi privatizada, se tornando uma líder de
mercado.
No Brasil, um exemplo é a Embraer, fundada em 1969 a partir de uma visão
do Estado de criar do zero um setor aeroespacial. O sucesso após sua
privatização em 1994 costuma ser visto como exemplo da superioridade da
iniciativa privada, que assumiu com as finanças da empresa em
frangalhos.
Suas competências tecnológicas centrais, porém, foram fortalecidas nos
anos 1970. Ademais, quando a Embraer privada fez uma de suas primeiras
grandes vendas, para a American Airlines, o financiamento não veio de
bancos privados, desinteressados no perfil arriscado e de longo prazo,
mas do BNDES.
Economistas em geral aceitam que o Estado deve suprir as "falhas de
mercado": situações em que o mercado não consegue alocar recursos
eficientemente. Tal estrutura vem associada a análises do
custo-benefício dos gastos públicos, que buscam medir se os benefícios
resultantes compensam os custos, incluindo os de oportunidade.
O problema é que essa é uma análise estática de um processo dinâmico,
cumulativo e de desdobramentos imprevisíveis (quem diria que tecnologias
militares dariam em celulares inteligentes?).
Análises de custo-benefício tendem a levar à mesma dificuldade que
motiva a opção por investimentos públicos: a falta de disposição em
projetos-chave, por causa de altos riscos e incertezas. Se os Estados
aplicassem seus recursos nas "melhores oportunidades", não existiriam
Embraer, Rolls-Royce, Apple e boa parte das tecnologias de informação e
comunicação.
O arcabouço "falhas de mercado/avaliações custo-benefício" não é
apropriado quando o Estado antevê, estrutura e cria mercados. Nenhum
país foi bem-sucedido industrialmente guiado por essas decisões de
investimento público.
Além disso, levaria a investimentos esporádicos e concentrados na
pesquisa básica, não atravessando toda a cadeia de inovação. Ignorar tal
história, usando a dicotomia "Estado versus mercado", serve a objetivos
políticos, não econômicos.
Estabelecer um direcionamento estratégico em suas iniciativas dificulta a
captura do Estado. Isso significa definir as missões que serão os
vetores das políticas públicas e das ações privadas a longo prazo.
Em vez de priorizar os duvidosos benefícios da austeridade, esperando
passivamente um futuro melhor, o Brasil terá maior chance de sucesso se
definir suas missões e fizer seu futuro acontecer.
MARIANA MAZZUCATO, 47, é professora de economia da inovação na Universidade de Sussex (Reino Unido) e autora de "O Estado Empreendedor" (Cia. das Letras)
CAETANO PENNA, 35, é pesquisador do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/227031-o-custo-do-custo-beneficio.shtml#_=_
Postado por
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