RIO DE JANEIRO - A Odebrecht está próxima de assumir o controle da SuperVia, concessionária de trens metropolitanos do Rio, e anunciar um novo plano de investimentos para a empresa. Segundo fontes envolvidas nas negociações, que já duram dez meses, os atuais sócios da concessionária já selaram a entrada do braço de concessões da área de Infraestrutura da Odebrecht na empresa, mas o negócio só deve ser fechado na semana que vem.
A Odebrecht quer ficar com 60% do capital da SuperVia e assumir a governança da empresa para aumentar sua musculatura financeira para investimentos em modernização. Com baixa capacidade de investimentos, a concessionária enfrenta problemas estruturais. Os quatro fundos de investimentos que são os atuais sócios da Rio Trens Corporation, controladora da SuperVia, se dividem em dois blocos de acionistas: um com 44% e outro com 56%. A definição sobre que percentual a Odebrecht comprará de cada bloco para chegar aos 60% é o principal detalhe a ser definido nos próximos dias.
A Supervia não quis comentar a negociação e informou que só falaria sobre o assunto na semana que vem. A Odebrecht apenas confirmou a negociação para se tornar sócia da Supervia, mas só dará detalhes na conclusão do acordo. A SuperVia tem origem no consórcio vencedor do leilão de privatização do sistema de trens urbanos do Rio, realizado em 1998. O lance foi de R$ 279,7 milhões.
Se for mesmo fechado na semana que vem, o negócio ainda dependerá de autorização do governo do Estado do Rio. A ampliação do atual contrato de concessão por mais 25 anos, que deve ser formalizada pelo governo fluminense ainda este mês, aumentou o interesse da Odebrecht pela SuperVia.
Com maior conforto para a ampliação dos investimentos da concessionária, que vem perdendo passageiros, a Odebrecht teria maior potencial de retorno dos investimentos. A ideia é triplicar o volume de passageiros em oito anos. Dificilmente o negócio seria barrado pelo poder concedente, que tem o desafio de melhorar o desorganizado transporte urbano do Rio até a Olimpíada de 2016.
A previsão de investimentos públicos em transporte ferroviário no protocolo de intenções da candidatura é mais um fator de atração da SuperVia. A Invepar, operadora do Metrô Rio controlada por OAS, Previ, Petros e Funcef, também mostrou interesse no negócio, mas chegou depois da Odebrecht. A SuperVia já tem planos de investir R$ 2,3 bilhões entre 2010 e 2020, mas só aplicou R$ 29 milhões no ano passado.
Desde a privatização, foram aplicados R$ 545 milhões. Do total de recursos previstos para a próxima década, R$ 1,1 bilhão será feito pelo governo do Rio na compra de novos trens.
http://www.dci.com.br/noticia.asp?id_editoria=14&id_noticia=350380