16 novembro 2010

Dá para não usar carro para ir ao trabalho?

Carona solidária e transporte público são alternativas


Está prevista para o final deste ano a inauguração da estação Butantã do Metrô, o que poderá facilitar a vida de milhares de pessoas que vivem e trabalham na região. Contudo, contar apenas com o trem subterrâneo para desafogar o trânsito caótico de São Paulo não é o suficiente.

Para Maurício Broinizi, coordenador da secretaria Executiva da Rede Nossa São Paulo, movimento que estuda a cidade e oferece sugestões ao poder público para a mobilidade urbana, é possível ir trabalhar sem o automóvel, embora haja dificuldades.

“O transporte público está saturado. Com isso, dependendo da região onde esse trabalhador vive, ele terá mais ou menos dificuldades de locomoção. Uma alternativa é o uso de caronas entre os colegas ou, de fato, usar o transporte público”, comenta.
Foto: SXC
Para muitos ir trabalhar sem carro ou compartilhá-lo é algo impensável
No projeto Carona Brasil, por exemplo, são criados grupos privados e restritos para que os funcionários compartilhem caronas com confiança e segurança. Segundo o projeto, entre os benefícios em dividir o carro estão a redução de custos como combustível, estacionamento, além da ajuda à redução da emissão de poluentes nos perímetros da empresa.

Entretanto, para muitos ir trabalhar sem carro ou compartilhá-lo é algo impensável. É o caso da publicitária Luciana Macedo, de 35 anos. “Tenho a minha rotina e às vezes quero ir a outros lugares, fazer novos caminhos. Não gostaria de assumir o compromisso de dar carona, ainda que isso significasse ter menos gastos”, diz.

Já a paisagista Paola Siqueira, de 28 anos, afirma que a ideia da carona não é de toda ruim. “Se colocar tudo na ponta do lápis, bancar um carro sozinha é muito caro. Além de dividir os gastos, seria legal ter companhia para enfrentar o trânsito.”

Broinizi diz que não basta a população querer fazer a sua parte e abandonar o carro se não há uma contrapartida dos órgãos públicos para melhorar a mobilidade urbana. “É uma questão urgente e emergencial. Não dá para esperar 25 anos até o metrô ficar totalmente pronto. É preciso agir já”, conclui.

Confira um panorama de gastos com um veículo*:
Despesas fixas
São as despesas que não variam no tempo e independem da utilização do veículo.
* Depreciação Operacional
É a perda do valor do veículo em decorrência do desgaste pelo uso e da sua obsolescência. A depreciação operacional representa o valor que deverá ser aplicado para renovação do veículo no final da sua vida útil.
* Licenciamento
São as despesas com IPVA, licenciamento, seguro obrigatório e seguro facultativo
Despesas variáveis
São as despesas que variam no tempo e dependem da utilização do veículo.
* Estacionamento: pode custar de R$ 100 a R$ 300 nas regiões comerciais de São Paulo
* Combustível: R$ 2,70 em média para o litro de gasolina e R$ 1,70 em média para o litro de Etanol
* Lavagem e Lubrificação
* Pneus e Câmeras de Ar
* Manutenção
* Lubrificantes

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