A implantação do sistema Veículo Leve sobre Trilhos, o VLT, como principal obra de mobilidade urbana em Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014, reduz em 80% o volume estimado de desapropriações, comparado ao sistema Bus Rapid Transport, o BRT.
É o que indica os estudos entregues por uma comissão de especialistas ao governador Silval Barbosa. A princípio, calcula-se que as desapropriações passariam de R$ 1,5 bilhão, entre Cuiabá e Várzea Grande. Ao todo, com o BRT, estavam previstas 1.300 processos de desapropriações.
Pelo estudo técnico, a Avenida da Prainha, principal corredor da Capital, que, através da XV de Novembro, liga a Várzea Grande, não necessitará de desapropriações, o que dará tranquilidade também ao Governo, que já enfrenta um movimento de comerciantes-locatários insatisfeitos com a possibilidade de perder o direito de permanecerem nos imóveis.
“Ficou muito bem caracterizado que para o VLT as desapropriações são, no mínimo, 80% menores que para o BRT. Também nos mostrou que é viável a construção do VLT em 24 meses. Acredito que dentro de uma semana esteja pronto e poderemos saber se é compatível com a realidade do estado – disse o presidente da Assembléia Legislativa, deputado José Riva (PP), um dos principais entusiastas do projeto do VLT.
Apesar disso, a escolha do meio de transporte público, que será implantado em Cuiabá, deverá ser anunciada em uma semana. Nos estudos apresentados na quinta-feira, dia 9, ainda faltam ser concluídos dados sobre os valores, que leva em consideração tributação, importação de produtos e componentes que serão utilizados.
Riva garante que a preocupação não esbarra somente na escolha de um sistema que seja rápido para ser implantado. É preciso que seja útil após a Copa do Mundo de 2014, deixando um legado à população. E tenha condições de atrair a classe média. Ação que Riva comprovou na Cidade do Porto, em Portugal, onde vários estacionamentos foram construídos para dar apoio aos passageiros do VLT.
“Houve redução drástica de veículos nas ruas em função das pessoas que passaram a deixar seus veículos em estacionamentos ou em casa” – frisou.
Questionado sobre as chances do VLT ser o modal escolhido, Riva lembrou que a pouco tempo atrás não havia nenhuma chance, até que assumiu o embate e comprovou ao Governo do Estado as inúmeras vantagens. Tanto que num patamar de zero a dez, Riva acredita que as chances do VLT ser escolhido é de 8.