CPTM prevê conexões de ciclovia do Rio Pinheiros a outras estações

Flávia Freire responde a perguntas com o auxílio de especialistas.

Estação Jaguaré-Villa-Lobos será a primeira a receber o acesso.

“A CPTM já está realizando obras de conexão da ciclovia, que fica à margem do Rio Pinheiros, a algumas das suas estações. A estação, por exemplo, Jaguaré-Villa-Lobos, vai ser a primeira que vai receber esse acesso, e a nossa previsão é concluir essas obras até o próximo ano”, diz Sérgio de Carvalho Junior, gerente de marketing e relacionamento da CPTM, em resposta à reivindicação de Edson Alves de Oliveira, de São Paulo, diz que mora bem próximo da ciclovia do Rio Pinheiros, trabalha no Morumbi, na Zona Sul, e quer usar a ciclovia no seu dia a dia.

Essa é uma das perguntas respondidas por Flávia Freire nesta semana. É possível mandar as questões à jornalista, que conta com a ajuda de uma equipe de especialistas para explicar os efeitos da poluição na saúde e no dia a dia de quem mora em São Paulo.

A poluição do ar e seus efeitos sobre a saúde dos paulistanos são mostrados no projeto ‘RespirAR’, uma série de reportagens especiais exibidas no Bom Dia São Paulo, Radar SP, SPTV 1ª edição e SPTV 2ª edição. Veja abaixo as questões enviadas na última semana e as respectivas respostas.

Continuam chegando muitas dúvidas ao RespirAR sobre a poluição. Odette Avoletta, de São Paulo, quer saber o quanto os aviões poluem. Ela conta que trabalhou nos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos e que ficou sabendo que as aeronaves também são grandes poluidoras. Ela mora perto do Horto Florestal, na zona norte, e diz que, antes da construção do aeroporto, não havia poluição por lá, e que agora o local fica cheio de fuligem dos aviões. Veja o que diz o pneumologista do Instituto do Coração, Ubiratan de Paula Santos.

“Os aviões produzem mais uma quantidade de poluentes maior que os veículos comuns, porque precisam de queima de combustível maior. Não existem mostradores nos aeroportos para saber qual é a contribuição deles. No caso de Guarulhos, Congonhas ou Viracopos, há necessidade de por medidores para saber a contribuição, mas certamente são poluidores”, afirma Ubiratan.

Recebemos muitas perguntas sobre a CPTM. Vanderlei Silva, de São Paulo, diz que, com
o fechamento das estações de trem Quarta Parada, Carlos de Campos, Vila Matilde, Patriarca e Arhur Alvim, a população da zona leste ficou refém do metrô e do trânsito pesado da Radial Leste. Ele reclama que, só para entrar nas estações de metrô, os moradores dessas regiões levam quinze minutos.

“Elas foram desativadas para a implantação do Expresso Leste, que é um serviço mais rápido do que a linha paralela do metrô que funciona na mesma região. Cada uma das estações desativadas tem próxima a ela uma estação de metrô. Então, a população continua sendo atendida. Nós estamos melhorando o serviço de atendimento no próprio metrô”, responde Sérgio de Carvalho Junior, gerente de marketing e relacionamento da CPTM.

Edson Alves de Oliveira, de São Paulo, diz que mora bem próximo da ciclovia do rio Pinheiros e que trabalha no Morumbi, na zona sul. Ele reclama que não tem saída da ciclovia para a estação Morumbi e que, se ele quiser ir para o trabalho de bicicleta, vai ter que descer na estação Jurubatuba e depois pedalar entre os carros. Edson quer mais acessos na ciclovia.

“A CPTM já está realizando obras de conexão da ciclovia, que fica à margem do rio Pinheiros, a algumas das suas estações. A estação, por exemplo, Jaguaré-Villa-Lobos, vai ser a primeira que vai receber esse acesso, e a nossa previsão é concluir essas obras até o próximo ano”, responde Sérgio de Carvalho Junior, gerente de marketing e relacionamento da CPTM. Infelizmente, Edson, o acesso para a estação Morumbi ainda não tem previsão.

Há uma participação muito legal, a do Fernando Mello, que é de São Manuel, no interior, e que assiste ao SPTV pela internet. Ele diz que sempre usa as linhas do metrô e trens de São Paulo, que são bons, limpos, porém lotados, como a gente viu, na semana passada. Ele acha que os usuários também poderiam ser mais educados e sugere uma campanha, que os funcionários da CPTM auxiliem no embarque e desembarque e que dêem informações sobre todos os destinos.

Olha, Fernando, a sua sugestão me lembrou o que eu vi em Bogotá, na capital da Colômbia. Os funcionários do Transmilênio, o sistema de ônibus em corredores exclusivos, são muito prestativos e ajudam as pessoas mesmo quando elas não perguntam nada. Eles oferecem auxílio e têm todo o sistema na ponta da língua. Aqui em São Paulo, Sérgio de Carvalho Junior, gerente de marketing e relacionamento da CPTM, diz que esse auxílio também é feito.

“A CPTM mantém dois procedimentos para auxiliar o embarque de usuários nas estações de maior movimento: o embarque melhor e o embarque preferencial. Toda a equipe operacional da estação fica posicionada para orientar essas pessoas durante o embarque e desembarque. Evidentemente, com o número de passageiros, nós precisamos do auxílio da própria população para se posicionar nas portas para o embarque”, afirma Sérgio.

Veja algumas dicas:

- Na hora de embarcar, espere quem está dentro sair do vagão primeiro, e depois entre com calma.
- Respeite os assentos preferenciais e as mulheres.
- Nas escadas rolantes, se você não estiver com pressa, mantenha-se à direita. Deixe a esquerda livre pra quem está na correria.

Rafael Gnan, de São Paulo, pergunta: se o gás natural veicular não polui o ar, por que os ônibus não são todos movidos a GNV? Quem responde é Márcio Schettino, assessor ambiental da SPTrans.

“Realmente, o GNV tem boas características em termos ambientais, é uma tecnologia que emite menos poluentes, principalmente material particulado, mas é um combustível de origem fóssil, e a lei de mudança do clima do município de São Paulo estabelece que, até 2018, toda a frota de transporte público do município tem de ser movida a um combustível renovável. Então, nesse caso, ele não se encaixa, uma vez que ele tem origem fóssil”, afirma Gnan.

As próximas perguntas são sobre o mesmo assunto: o custo da inspeção veicular na Cidade do México.

A vistoria tipo "Controlar" no México é paga? - Neiff Ali Massud, São Paulo

Quanto se paga no México para efetuar a inspeção veicular? Seria interessante comentar isso no programa. - Nilton Sergio Rodrigues, São Paulo

Boa tarde. Você falou que no México são feitas duas inspeções veiculares por ano. Gostaria de saber qual o valor cobrado por inspeção? Parabéns pelas reportagens. - Roldão Pedro da Silva, São Paulo

A inspeção veicular no México também é paga pelo proprietário do veículo? Ela tem como objetivo principal a arrecadação de mais taxas (além de tantas que já pagamos), como aqui em São Paulo? - Elenise Castilho, São Paulo

No México, tem que pagar para fazer a inspeção? Se sim, quanto eles pagam? Obrigado. - Renato Cirillo, São Paulo

Olá. Estava vendo a reportagem sobre o rodízio de carro na Cidade do México. Faltaram algumas informações sobre a inspeção veicular que é feita duas vezes por ano: esta taxa é paga? Se for paga, qual é o valor, e é reembolsada? Existe multa ou qual é a infração paga pelo motorista que desrespeitar o rodízio e a inspeção veicular? - Glaucio Ruiz Rizzo, São Paulo

No México se faz inspeção veicular duas vezes ao ano. Mas qual é o custo disso para os proprietários de veículos, comparado a São Paulo? - Odair Yamachita Vieira, São Paulo

Pessoal, é o seguinte: o custo da inspeção veicular, na Cidade do México, é de US$ 25, ou R$ 40. A multa para quem perder o prazo da inspeção é de US$ 100, ou R$ 161. Caso o veículo seja parado em uma blitz sem o selo da verificação no vidro, e o dono do carro não tiver pago a primeira multa, são mais US$ 100 para liberar o carro.

Flávia Freire, eu tenho 70 anos e nascido no Tatuapé. São Paulo nunca teve um ar tão bom, tão respirável como o de hoje. São Paulo era uma cidade totalmente industrial, por aqui existiam milhares, repito milhares de indústrias (você ainda pode ver algumas chaminés por aí). A poluição era total, os ônibus também despejavam a fumaça na altura dos automóveis (agora o escapamento é virado para o alto) e o trânsito era infinitamente pior que o atual. Sugestão, antes de fazer seus comentários, pesquise, pois pode estar fazendo papel de boba para os mais antigos. - Tito Cancian, São Paulo

Tito, acho que você deve ter perdido a nossa primeira reportagem sobre a poluição do ar. Se você entrar na página do Respirar, vai ver que a qualidade do ar melhorou nas últimas duas décadas. Porém, a poluição ainda é responsável pela morte de 4.000 pessoas em São Paulo. Esse é um número muito alto.

De acordo com o especialista Paulo Saldiva, médico e coordenador do Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da USP, isso acontece porque “a gente tem uma perda da capacidade pulmonar.

Para a maior parte das pessoas isso não vai significar nada, mas para quem já tem propensão para doença respiratória, ou se já for fumante, esses efeitos são multiplicativos. Isso explica porque se morre mais de bronquite crônica, de asma, de enfisema pulmonar e de câncer de pulmão nas cidades poluídas”, diz ele. É muito importante que São Paulo adote os parâmetros da Organização Mundial da Saúde para que a gente tenha a dimensão desse problema e possa tomar as medidas necessárias.

As duas próximas perguntas são sobre o mesmo assunto: a qualidade do ar nas diferentes regiões da capital.

Boa tarde, vocês sabem se a qualidade do ar na cidade de Barueri é melhor que na zona sul (Santo Amaro) de São Paulo? Em caso afirmativo, há algum valor de referência ou números das medições nas duas cidades? Grato pela atenção. - Almir S. Silva, Barueri

Boa tarde, Flávia. Acompanho sempre que posso as reportagens sobre a qualidade do ar e, por consequência, o transporte público, que é a maior fonte de poluição na cidade de São Paulo. Sou morador da região central da cidade, mas trabalho no extremo da zona sul.

Gostaria de sugerir uma matéria demonstrando os diferentes níveis de poluição dentro da cidade que, devido a sua dimensão gigante, oscila muito. Como, por exemplo, Vargem Grande, na região de Parelheiros, um ar com excelente qualidade. Porém, na região de Santo Amaro e no centro da cidade, é um ar com baixíssima qualidade! Abraços. - Leandro de Sousa, São Paulo

Oi, Almir, oi, Leandro, tudo bem com vocês? Continuem acompanhando o Respirar. A partir do final do mês de maio, nossas equipes vão fazer medições diárias pelos quatro cantos da cidade pra saber o nível de poluição em cada uma das regiões. Vamos usar um equipamento desenvolvido pela TV Globo em parceria com a USP especialmente para medir a qualidade do ar em São Paulo. Não percam.

Olá, Flávia. Quando pode ser implantada a inspeção veicular em todo o estado de São Paulo? - Eduardo Barbosa da Silva, Guarulhos

Oi, Eduardo. Segundo o Secretário do Verde e Meio Ambiente, Eduardo Jorge, há dois anos está parada na Assembleia Legislativa uma lei que o governo mandou, criando a inspeção na região metropolitana, na área do entorno, na Baixada Santista e em Campinas. A Assembléia precisa votar.

Veja o que disse o Deputado Orlando Morando, líder do PSDB na Assembléia, sobre isso: “Na verdade, esse projeto veio para a Assembleia no governo passado ainda.

Devido ao grande número de projetos que precisavam ser apreciados, ele não tinha tido regime de urgência, como é dito aqui pelo regimento interno da casa. Agora, não. Agora ele passou por este governo a ter um regime de prioridade e de urgência, o que deve facilitar e agilizar bastante a sua tramitação e aprovação”.

Sugiro que façam uma reportagem sobre a CPTM, quantos quilômetros têm e quantas estações existem. Fazendo um raio-X junto com o Metrô e CPTM, quantos quilômetros temos no total em vias férreas e quantos os dois meios de transportes transportam na metrópole. Acho que os dois, Metrô e CPTM, transportam mais de 5,5 milhões de passageiros. Gostaria que vocês fizessem uma reportagem dessa sugestão. Grato. - Antonio Julio Fernandes Pereira, São Paulo

http://g1.globo.com/sao-paulo/respirar/noticia/2011/05/cptm-preve-conexoes-de-ciclovia-do-rio-pinheiros-outras-estacoes.html