05 janeiro 2011

Em crise, metrô de Nova York corta poesia dentro de vagões


Endividado, o metrô de Nova York agora também não tem poesia. No final do ano passado, a companhia decidiu encerrar a campanha publicitária com frases e poemas famosos (similar à que há em São Paulo) estampados dentro dos trens.
No lugar de Franz Kafka, Arthur Schopenhauer e Abraham Lincoln, entre outros, anúncios da MTA (órgão do transporte metropolitano) sobre a melhora dos equipamentos e da tecnologia.
05_01_2011 Em crise, metrô de Nova York corta poesia dentro de vagões.jpg Campanha institucional de metrô, em trem de Nova York, substitui poemas e frases / 04jan.11/Folha
O slogan "Improving, non-stop [melhorando, sem parar]", da MTA, vem sendo utilizado nos anúncios que substituíram as frases dos pensadores e agora estão ao lado das campanhas que ocupam os trens.
CRISE
A explicação oficial para o fim do programa "Train of Thought" (trem do pensamento), após dois anos, é que a MTA precisa se comunicar com os usuários do sistema e, como está sem dinheiro, aproveitar os espaços que tem no metrô.
O corte do programa é apenas mais um reflexo dos problemas que atingem a MTA.
Ela tem uma dívida de US$ 28 bilhões (R$ 46,6 bilhões) e vem tomando medidas para reduzir o problema, como a demissão de 3.400 pessoas e o congelamento de salários.
Mas a medida mais agressiva, e impopular, é o aumento das tarifas de ônibus e metrôs. Na semana passada, houve uma nova alta de preços -a terceira desde 2008.
Apesar de anunciada há meses, a elevação criou uma reação contra o prefeito Michael Bloomberg, já que começou a valer quando a neve suspendeu parte dos serviços de ônibus e metrô.
A tarifa mais cara (30 dias com uso ilimitado de trem e metrô) passou do equivalente a R$ 148 para R$ 232, aumento de 17%. A mais barata (para uma viagem) subiu 11% --cerca de R$ 4.

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