Inovação foi tema de palestras curtas e diversificadas
16/11/2010
16/11/2010
Tecnologia, entretenimento e design. São estas 3 palavras que definem a sigla TED. Trata-se de uma organização independente, sem fins lucrativos, que surgiu para, basicamente, dividir "ideias que merecem ser espalhadas". Tudo isso, convidando pessoas que tenham o poder de inspirar, e em palestras de até 18 minutos.
No último 13 de novembro, aconteceu a 1ª edição do TEDx Porto Alegre. O "x" no nome significa que o evento é independente e regional, levando a marca e credibilidade TED. Na capital gaúcha, foram 20 palestrantes, que reuniram cerca de 500 pessoas no Theatro São Pedro, para compartilhar experiências sob o tema "Paixão que inspira". Saiba as principais ideias que surgiram nas palestras.
Empreendedorismo
Rosana Hermann foi destaque. Sua palestra abordou as inspirações alfanuméricas. Para a gerente de criação do portal R7, os números nos induzem a visões erradas da vida, pois são exatos, e a vida não. Ela ainda abordou quão fascinantes são as palavras, e como textos se parecem com tricô. A amarração do roteiro, a trama da história.
Tiago Mattos, da escola criativa Perestroika, falou sobre os casos que o inspiravam a ser criativo. Em meio a citações de mudança da educação pela emoção e as novas culturas cibernéticas de remix, o publicitário definiu uma das vias empreendedoras do TED: "Vai lá e faz".
Júlio Vasconcelos, criador do Peixe Urbano e representante do Facebook no Brasil, acredita que todos podem ser empreendedores. Assim como Mattos, ele apontou a importância do fazer, a partir da vontade de mudar a própria rotina. E deixou um conselho "Requer muito esforço. É correr uma maratona em ritmo de 100 metros rasos, diariamente".
Comportamento
Empresário, Oskar Coester abordou a mobilidade urbana e a evolução do pensamento. Um dos criadores do Aeromóvel (espécie de trem suspenso, que chegou a ser construído, mas nunca entrou em funcionamento em Porto Alegre), ele conta que na época em que foi criado o projeto foi pouco compreendido, mas hoje é tido como solução para as grandes cidades. Toda inovação tem inúmeros questionamentos e isso torna difícil de inovar. Mas não se deve parar de tentar.
"Homem é linear. A tecnologia é exponencial". Com essa citação, o indiano Dhaval Chada resumiu seu pensamento. Ainda considerou que os próximos 100 anos devem valer por 20 mil em crescimento tecnológico. Por isso, devemos ter inteligência criativa sustentável, que é uma forma de criar um futuro desejável para vivermos, mesmo com as mudanças que vêm pela frente.
Gilberto Schwartsmann, oncologista, destacou que a solidariedade sempre permeará qualquer iniciativa. Devemos sempre nos comunicar e, em caso de dúvidas, perguntar. O médico se referiu à saúde, mas o pensamento de que muitos não fazem por não ter acesso à informação pode ser englobado pelas mais diversas áreas.
Quem também frisou esse espírito foi o Papai Noel. Exatamente, ele esteve presente. Elio Lazarotto tem registro como "Papai Noel do Brasil" e até Cep próprio. Em sua palestra, deu uma nova visão sobre a partilha, não apenas de ideias, mas também de sentimento.
Bancário, Wagner Salaverry compartilhou métodos de economia e acúmulo de recursos. Para ele, devemos brigar por descontos e gastar apenas no estritamente necessário. Finalizou: "Cuidem do dinheiro. Banco foi feito pra ganhar dinheiro para o banco e não para o cliente".
Educação
Gustavo Borba pontuou em sua fala sobre como as inovações caem em lugar comum. Na verdade, a inovação igual a soma de ideia, ação e resultado. Para ele, é preciso inovar a sala de aula: "o professor precisa deixar de ser centralizador, deve ser interativo", disse.
Uma das palestrantes mais aplaudidas do evento, Léa Fagundes tem 63 anos de magistério. Ela apontou que a inteligência é uma função orgânica e que construímos uma concepção de aprendizado através do sentidos. Devemos criar novos métodos de aprendizado por experiência, dar liberdade à percepção, que atualmente está limitada às 3 dimensões.
Adriana Brondani trabalha incansavelmente pela disseminação da ciência. Desde 2007, mantém o Qued, que responde dúvidas do público jovem em até 24 horas. No TED, ela frisou que a educação científica precisa ser descomplicada, atrair, ser interessante.
Devemos mudar nosso comportamento, estar abertos às inovações e englobar a solidariedade em nossas rotinas. A educação precisa evoluir, e não apenas compartilhar teorias prontas, mas dar oportunidade para os alunos aprenderem por experiência e percepção. E, finalmente, empreender, fazer. Como citou Rosana: "Devemos nos unir a muitas mãos e juntos tecer a vida".