Volta Redonda e Brasília
O governo federal vai emprestar mais de R$ 21 bilhões para o consórcio que ganhar a concessão para explorar o trem-bala (ou Trem de Alta Velocidade - TAV) que vai ligar o Rio a São Paulo. O valor total da obra, porém, é bem maior: o financiamento do governo corresponde a 60% do valor da obra, que seria de cerca de R$ 35 bilhões. Essa quantia equivale mais de três vezes os R$ 11,5 bilhões que a CSN tem atualmente em caixa, conforme a empresa divulgou junto com seus resultados do terceiro trimestre deste ano.
Só para efeito de exemplo, se a CSN decidisse construir o trem-bala, sem recorrer a sócios, precisaria usar todo o seu caixa e ainda pegar cerca de R$ 23,5 bilhões emprestados para cobrir o custo da obra.
Se decidisse pagar esse empréstimo apenas com o lucro líquido de suas operações atuais, e considerando que repetisse os resultados do último trimestre (lucro líquido de R$ 720 bilhões), levaria pouco mais de oito anos para pagar o financiamento.
Já os consórcios que estão na disputa pela concessão do trem-bala seguramente não vão comprometer tanto assim os caixas das empresas que os formam. Além de usarem o financiamento que o governo federal colocou à disposição, o vencedor deve recorrer também a outras fontes de financiamento.
O empréstimo do governo federal será pago em 25 anos, em parcelas mensais a partir de 2014, quando o serviço entraria em operação, segundo os estudos feitos pela empresa de consultoria Halcrow. O consórcio vencedor da concessão teria seis meses de carência antes de começar a efetuar os pagamentos.
Demanda
A Halcrow, empresa de consultoria que realizou os estudos de viabilidade do projeto do trem-bala, estimou que, em 2014, esse meio de transporte seria responsável por cerca de dois terços do total de viagens no trecho da concessão. O número de viagens entre a estação Volta Redonda/Barra Mansa e o Rio de Janeiro seria de 3.441.000 passageiros por ano, sendo que 2,619 milhões usariam o TAV, 262 mil iriam de ônibus e 560 mil usariam automóvel. Entre a estação Volta Redonda/Barra Mansa e São Paulo, seriam 276 mil passageiros por ano, com 184 mil no trem-bala, 13 mil nos ônibus e 79 mil de automóvel.
Tarifa
A tarifa prevista para a viagem, no estudo original, é de R$ 40,20 para o Rio e R$ 97,50 para São Paulo. Atualizando esses valores pelo IPCA, eles ficariam em R$ 43,57 para o Rio e R$ 105,66 para São Paulo.
Os valores são maiores do que as tarifas de ônibus, mas as viagens serão bem mais rápidas.: 34 minutos para o Rio, contra duas horas e dez minutos de ônibus, e uma hora e 11 minutos para São Paulo, contra cinco horas de ônibus.
Os valores são maiores do que as tarifas de ônibus, mas as viagens serão bem mais rápidas.: 34 minutos para o Rio, contra duas horas e dez minutos de ônibus, e uma hora e 11 minutos para São Paulo, contra cinco horas de ônibus.
A frequência de trens seria de um a cada dez minutos (tanto para o Rio quanto para São Paulo) no horário de pico (de 6:00 às 9:00 da manhã, de 12:00 às 14:00 e de 17:00 às 20:00) e de um a cada vinte minutos no horário de pico.