30 maio 2011

Metro do Porto perde 352 milhões em 2010

Metro do Porto
A empresa Metro do Porto fechou o ano de 2010 com um prejuízo de 351,7 milhões de euros, indica o Relatório e Contas da empresa, aprovado esta segunda-feira por unanimidade em Assembleia-Geral. Os resultados agravaram-se assim 19,6% face a 2009.

Ainda assim, a procura cresceu 1,8% no ano passado, com um total de 53,5 milhões de passageiros. A receita aumentou 3,6% relativamente ao exercício anterior.

Em declarações aos jornalistas, no final da assembleia-geral, o presidente do Conselho de Administração, Ricardo Fonseca, destacou «os resultados operacionais» da empresa, afirmando que, «comparando as receitas de bilheteira com custos directos de operação, em 2010 a taxa de cobertura subiu para cerca de 75%», enquanto em 2009 se ficou pelos 60%. Foi «um esforço notável».

Citado pela Lusa, Ricardo Fonseca disse ainda que os resultados globais «incluem um grande encargo resultante da dívida que o Metro do Porto contraiu».

Modelo de financiamento desajustado

Na mensagem que deixa no relatório, o presidente do CA adverte que «os resultados financeiros negativos, superiores a 100 milhões de euros no exercício, reflectem o desajustado modelo de financiamento do projecto Metro do Porto por manifesta insuficiência de dotações a fundo perdido para a construção de um sistema de transporte que, pese a excelente taxa de cobertura alcançada, tem resultados operacionais negativos».

«O investimento em infra-estruturas ascende a 2.555 milhões de euros tendo sido o financiamento não reembolsável obtido de apenas 758 milhões de euros, de onde resulta uma dívida de 1.770 milhões de euros», acrescentou o responsável.

A esta dívida, somam-se as dívidas contraídas para pagar a operação do sistema [250 milhões de euros], gestão do projecto [65 milhões de euros] e encargos financeiros [365 milhões de euros], num total acumulado de quase 3.450 milhões de euros no final de 2010.

Plano para 2011 suspenso à espera de novo Governo

Aos jornalistas, Ricardo Fonseca adiantou ainda que o plano de actividades e orçamento apresentado para 2011 prevê uma redução dos custos operacionais «superior a 20%», ultrapassando assim o objectivo fixado pela tutela para este ano (redução de 15% dos custos).

«Isto demonstra que naquilo que é possível intervir a empresa tem intervindo e os resultados são notórios», sublinhou. No entanto, o plano de actividades foi suspenso, bem como não foram eleitos órgãos sociais, uma vez que «teremos em breve um novo governo», que se deve pronunciar sobre estes pontos, disse Fonseca.