12 outubro 2010

Manutenção de portas e reposição de janelas dos trens é constante devido a ação de vândalos

Primeiro Caderno | Dia-a-dia
Edição de sexta-feira, 8 de outubro de 2010 
Depredação dá prejuízo de R$ 80 mil
 
Lucilene Meireles

A depredação é um problema antigo e ainda é um dos que mais incomodam os usuários dos trens urbanos na Grande João Pessoa. Por conta do vandalismo, a Companhia de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU-JP) chega a gastar, por ano, cerca de R$ 80 mil com a manutenção de portas e a reposição de janelas dos trens. Quem precisa se deslocar nas locomotivas com frequência sabe que a situação melhorou um pouco, mas não o bastante para evitar sustos durante as viagens. "Já vi várias vezes as pessoas jogando pedras no trem. É arriscado para o passageiro. Mesmo com as telas nas janelas, ainda tenho um certo medo", disse Severina dos Santos, 27, dona de casa.


Foto: Em muitos locais onde a locomotiva passa, pessoas jogam pedras nas janelas
Vera Lúcia Barbosa Sousa, 50, colaboradora de uma ong, também relatou as histórias que vive no cotidiano. Ela mora em Santa Rita e trabalha em João Pessoa. "Preciso do trem todos os dias e sempre acontecem atos de vandalismo. O maior problema são as pedradas. É um absurdo, porque quando menos se espera, as pedras batem. Por isso, prefiro ficar afastada da janela. Acho isso uma grande falta de respeito com o bem público", declarou.

Além das pedras que são atiradas, outro problema observado pela Companhia de Trens Urbanos de João Pessoa (CBTU-JP) é o lixo jogado às margens da via. "Acabamos gastando mais para fazer o recolhimento destes detritos", declarou o coordenador de Operações da CBTU, Marcos Moura. Ele não informou os custos para este serviço. Por isso, a companhia realiza campanhas educativas permanentes nas comunidades por onde o trem passa, nas estações e dentro das composições. Ao todo, são 12 estações, sendo as principais João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita

Marcos Moura disse que algumas pessoas costumam segurar as portas dos vagões. O resultado é que esta atitude faz com que elas quebrem. A pressa de sair ou entrar no trem faz com que alguns usuários chutem e até retirem as borrachas das portas. O sistema, que é automático, tem seu funcionamento prejudicado. Para consertar seis portas de carros de passageiros são gastos, em média, R$ 1 mil. E se houver necessidade de substituir peças, o valor aumenta bastante. Embora os serviços de manutenção e conserto sejam feitos na oficina de Cabedelo, o conserto de portas que não fecham em razão do vandalismo é feito em João Pessoa, Cabedelo, Bayeux e Santa Rita. Pode até ser necessária a retirada do veículo da composição para facilitar o trabalho.

Neste sábado, acontece mais uma versão do Projeto Trem Criança, uma ação que tem como foco principal mostrar à criançada a importância da preservação do patrimônio público, além de reforçar o trabalho educativo que vem sendo realizado pela CBTU. A expectativa é que o trabalho com a garotada sirva como forma de multiplicar as informações sobre a necessidade de cuidar dos trens. Este é o décimo quinto ano do evento, que deverá reunir cerca de três mil estudantes.

Os trens que circulam na Grande João Pessoa têm idade média de 50 anos e transportam, nas 28 viagens diárias, cerca de 11,5 mil pessoas. O trem possui cinco vagões, cada um com capacidade de transportar pouco mais de mil pessoas. A passagem custa R$0,50 e não há previsão de reajuste.
 
 
 

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